13 de março de 2025

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Em 2 de março, Dmitry Kiselyov, CEO do grupo de mídia estatal MIA Rossiya Segodnya, questionou a capacidade da Europa de aumentar a ajuda militar à Ucrânia após uma cúpula em Londres na qual os líderes europeus prometeram continuar apoiando Kiev.

Kiselyov zombou do tamanho dos militares britânicos e franceses, alegando que o maior estádio do Reino Unido — Wembley — tem assentos suficientes para acomodar ambos os exércitos, e que a Europa ficou sem seus estoques de armas.

Embora sarcástica, a comparação de Kiselyov com Wembley é falsa. O estádio tem capacidade para 90.000 assentos. A força do pessoal militar do Reino Unido mais que dobra isso — 180.780 em 1º de janeiro.

Em 2024, a União Europeia e o Reino Unido tinham aproximadamente 1,47 milhão de militares ativos combinados, em comparação com 1,32 milhão da Rússia.

Kiselyov também enganou sobre os estoques europeus. Em 2024, as nações europeias, que gastam significativamente mais que a Rússia em defesa, orçaram cerca de US$ 457 bilhões para prontidão militar, em comparação com US$ 146 bilhões da Rússia.

Em termos de equipamento, apenas cinco países europeus — Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália e Grécia — têm 367.760 veículos blindados avançados, em comparação com os 131.527 da Rússia. Embora a Rússia ainda tenha mais tanques (5.750 vs. 4.649), a UE e o Reino Unido compensam com tecnologia superior, melhor logística e uma forte indústria de defesa capaz de rápidos aumentos de produção.

As forças navais também favorecem a Europa, com uma frota combinada de mais de 2.000 navios de guerra, incluindo seis porta-aviões, enquanto a Rússia tem 419 navios e um porta-aviões. A França e o Reino Unido operam submarinos modernos movidos a energia nuclear e fragatas avançadas, o que lhes dá uma vantagem tecnológica.

A Força Aérea Russa opera 4.292 aeronaves, incluindo aviões e helicópteros. Em comparação, as frotas aéreas combinadas dos sete principais países da aviação na Europa — França, Itália, Grã-Bretanha, Alemanha, Grécia, Polônia e Espanha — totalizam 4.418 aeronaves.

Os membros europeus da OTAN, incluindo Alemanha, França e Reino Unido, respondem por 28% dos gastos totais de defesa da OTAN. A base industrial da Europa, apesar do subinvestimento e da fragmentação anteriores, está aumentando a produção para atender às novas demandas de defesa.

A Grã-Bretanha e a França mantêm forças militares avançadas, incluindo arsenais nucleares, poder aéreo moderno e frotas navais sofisticadas. A França planeja alocar US$ 448 bilhões para defesa de 2024 a 2030, um aumento de US$ 130 bilhões em relação aos US$ 318 bilhões orçados para 2019-2025. A Grã-Bretanha pretende aumentar os gastos anuais com defesa para 2,5% do PIB até 2027, com uma meta de longo prazo de atingir 3%.

A Alemanha, há muito criticada por subinvestimento em defesa, fez uma mudança histórica ao estabelecer um fundo especial de aproximadamente US$ 108 bilhões para modernização militar. Isso inclui a compra de caças F-35, reposição de estoques de munição e expansão de suas forças blindadas.

Em 4 de março, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que os planos para fortalecer a indústria de defesa da Europa e aprimorar as capacidades militares podem gerar quase US$ 841,4 bilhões.

Em contraste, a Rússia, enquanto aumenta sua produção militar, enfrenta perdas significativas de equipamentos na Ucrânia, contando com estoques desatualizados da era soviética e importações do Irã, China e Coreia do Norte. Apesar de seu grande exército, a Rússia luta para repor armas de alta tecnologia devido a sanções e limitações industriais.

Conclusão: As forças armadas europeias superam as russas em áreas-chave, com 1,47 milhão de efetivos, 367.760 veículos blindados e mais de 2.000 navios de guerra, incluindo seis porta-aviões. França, Alemanha e Grã-Bretanha estão aumentando os gastos com defesa, enquanto a Rússia luta com perdas, estoques desatualizados e produção de armas limitada por sanções.

Fontes

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