11 de dezembro de 2024

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As emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) bateram novo recorde em 2023. Chegaram a 57,1 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO₂eq) e foram 1,3% maiores do que no ano anterior, segundo relatório divulgado no final de outubro pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). A taxa de crescimento foi superior à da década passada (de 2010 a 2019), quando, antes da eclosão da Covid-19, as emissões anuais subiram, em média, 0,8%. Em 2020, no auge da pandemia, a redução das atividades no planeta provocou uma queda de quase 5% nas emissões totais, a maior registrada desde os anos 1970.

A alta nas emissões globais ocorreu em quatro dos cinco grandes setores que produzem GEE: energia, processos industriais, agropecuária e tratamento de resíduos. Apenas a categoria de uso da terra, mudanças no uso da terra e florestas (LULUCF) liberou menos gases de efeito estufa em 2023 do que no ano anterior. O principal processo que influencia o total desse setor é a remoção de vegetação, em especial de florestas, para dar lugar à agricultura e à pecuária.

“O problema do Brasil é que o inventário nacional subestima as emissões de dióxido de carbono decorrentes das queimadas e da degradação de vegetação”, comenta a química Luciana Gatti, coordenadora do Laboratório de Gases de Efeito Estufa (LaGEE) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Afora a agricultura, que pode estocar carbono no solo, mas cujas remoções não costumam ser contabilizadas nos inventários, o setor de LULUCF é o único que, além de emitir, também pode remover, de forma natural, dióxido de carbono do ar (as outras categorias sempre liberam GEE).

Áreas verdes bem preservadas podem retirar mais carbono da atmosfera, via fotossíntese, e estocá-lo em sua biomassa, do que emitir CO₂ pela respiração. Por sua vegetação tropical densa, a Amazônia sempre foi considerada uma parte do planeta que absorvia mais carbono do que emitia. Estudos recentes, como os feitos pela equipe de Gatti, indicam que partes da Amazônia, devido ao desmatamento e ao avanço da degradação, estão perdendo a capacidade de prestar esse serviço ecossistêmico, que minora o aquecimento global (ver Pesquisa FAPESP nº 321).

O texto completo do artigo da FAPESP pode ser lido aqui [[1]]

Fontes

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