Agência Brasil

Afeganistão • 16 de março de 2012

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O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, acusou os Estados Unidos de não estarem cooperando nas investigações em torno do massacre cometido por um soldado norte-americano no último domingo (11). Ele invadiu casas de civis em um vilarejo e matou 16 pessoas, entre elas nove crianças e três mulheres.

O líder afegão falou sobre o assunto depois de um encontro com famílias das vítimas. Alguns disseram que mais de um soldado esteve envolvido no massacre.

Até o momento, o último desdobramento do caso foi a transferência do soldado suspeito para o Kuwait, onde está abrigado em base americana de onde deve ser repatriado aos Estados Unidos, para enfrentar julgamento em uma corte militar.

Ontem (15), Karzai pediu que as tropas norte-americanas deixassem as áreas rurais do país e retornassem às suas bases. O Talibã também se pronunciou, suspendendo todas as negociações com Washington, e prometeu vingar as mortes.

Também ontem, Karzai reuniu-se com o secretário da Defesa norte-americano, Leon Panetta, e alertou que as tropas afegãs devem tomar o controle da segurança nacional já em 2013.

Pouco após a chegada de Panetta ao país, em uma visita surpresa, um carro dirigido por um civil afegão invadiu uma das pistas na Base Aérea de Camp Bastion, onde estava o avião que transportou o chefe do Pentágono. Após bater em uma barreira, o carro explodiu. Há relatos de que o motorista morreu horas depois do acidente. Entre os norte-americanos, não houve feridos.

Segurança

O advogado de defesa do soldado americano que matou 16 civis afegãos disse hoje (16) que o militar teme por sua segurança e a de sua família, nos Estados Unidos.

John Henry Browne, um conhecido advogado de defesa de Seattle, disse que o soldado havia visto um colega perder a perna em uma explosão um dia antes de ter o colapso. Disse também que o militar havia se ferido enquanto servia no Iraque e não queria ter sido enviado para combater no Afeganistão.

Histórico

O soldado, cuja identidade não foi revelada, saiu da base americana na província de Kandahah para vilarejo, onde disparou indiscriminadamente contra civis afegãos na semana passada, depois de um aparente colapso nervoso. O caso gerou reações no Afeganistão e no mundo.

Apesar de pedidos de afegãos para que o soldado fosse julgado no país, o militar foi enviado ao Kuwait, onde está abrigado em uma base americana.

Fontes