Presidente Lula critica arcebispo por excomunhão de médicos e diz que “a medicina está mais correta que a Igreja” no caso da menina estuprada

Vitória, Espírito Santo, Brasil • 6 de março de 2009

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Após inaugurar mais uma obra feita pelo governo federal, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que a medicina está mais correta do que a Igreja, referindo-se à polêmica levantada em torno do aborto feito em uma menina de 9 anos, estuprada pelo padrasto.

O presidente lamentou a decisão do arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, a excomunhão da mãe, dos médicos e das pessoas envolvidas no aborto, feito com base legal na legislação brasileira na maternidade pública da capital pernambucana.

Não é possível permitir que uma menina estuprada por um padrasto tenha esse filho, até porque a menina corria risco. Eu estou dizendo que a medicina está mais correta que a Igreja, e a medicina fez o que tinha que ser feito, salvar a vida de uma menina de 9 anos. Como cristão e como católico, lamento profundamente que um bispo da Igreja católica tenha um comportamento, eu diria, conservador como esse.

Presidente Lula

Na quarta-feira, o arcebispo anunciou a excomunhão da mãe, dos médicos e das pessoas envolvidas no aborto, feito com base legal em uma maternidade pública da capital pernambucana, depois da notícia do aborto. Os médicos que conduziram o aborto, disseram que a gravidez, de gêmeos, representava um risco para a vida da menina.

A lei brasileira autoriza o aborto em caso de estupro ou quando a mãe corre o risco de morrer, mas o arcebispo justificou a excomunhão alegando que "a lei de Deus está acima de qualquer lei humana".

Fontes