Agência Brasil

12 de maio de 2009

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No que depender da disposição do governo hondurenho, a próxima Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) será um marco na transformação das relações continentais. E poderá marcar o retorno de Cuba – expulsa em 1962, após a revolução, a ilha é o único país americano que não integra a organização.

"A Assembleia da OEA deve superar e consolidar o diálogo de Trinidad e Tobago [durante a Cúpula das Américas, em abril], sobretudo quanto à necessidade de encontrar caminhos em direção a um melhor entendimento continental e deixar para os piores momentos do continente os temas que excluíram um país irmão de um conclave continental: Cuba”, afirmou ontem (11), em Brasília, a ministra das Relações Exteriores de Honduras, Patrícia Isabel Rodas, após encontro com o chanceler Celso Amorim.

Patrícia Rodas veio justamente trocar “impressões e opiniões” sobre a 39ª Assembleia Geral da OEA, que será realizada na cidade hondurenha de São Pedro Sula, Honduras, nos dias 2 e 3 de junho.

“Chegamos à conclusão de que é o momento de construir o futuro e, para isso, estamos fortalecendo e intensificando o diálogo político entre nossos povos e destruindo o lastro do passado para não estarmos condenados a seguir arrastando correntes como fantasmas que já não são úteis, que não servem ao continente e ao desenvolvimento de nossos povos”, reiterou a ministra, referindo-se ao embargo imposto pelos Estados Unidos a Cuba há quase 50 anos.

Segundo a chanceler de Honduras, a questão de Cuba está “funcionalmente resolvida”, uma vez que todos os países do continente – menos os Estados Unidos – mantêm relações comerciais, diplomáticas e de cooperação consolidadas com a ilha.

Apesar da disposição de reintegrar Cuba à OEA, durante a cúpula da Costa do Sauípe, em dezembro passado, o presidente cubano, Raúl Castro, disse que seu país não tem interesse em retornar à organização e chegou a propor a criação de uma nova instituição representativa da região. “Não podemos, com ou sem americanos, ingressar na OEA. Essa sigla deve desaparecer. Respeitamos vocês que seguem pertencendo à OEA, mas nós pertenceremos ao Grupo do Rio”, disse Castro na cerimônia de adesão de Cuba ao Grupo do Rio.



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