30 de março de 2021

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A distinção de premiações entre homens e mulheres em eventos esportivos na cidade nos quais sejam utilizados recursos do município não mais será permitida. Por meio de um decreto, a Prefeitura proíbe tal diferenciação nas competições organizadas pela Secretaria Municipal de Esportes (SMEL), que será responsável pela fiscalização e eventuais punições.

A igualdade em premiações no esporte é uma reivindicação antiga. Muitas competições oferecem valores mais altos para os homens, o que normalmente gera mal-estar e críticas por parte das atletas. A disparidade vinha chamando atenção nos últimos anos.

O descumprimento desta nova norma pode ser denunciado à SMEL por qualquer pessoa. Há três penalidades previstas: Advertência, com notificação para fazer a correção, antes da realização do evento; Devolução, em dez dias, do valor dos recursos públicos do município, sob pena de inscrição do débito em Dívida Ativa; Proibição de realizar outra competição em parceria com a prefeitura por até um ano.

Fabi Alvim, ex-jogadora da seleção brasileira de vôlei e bicampeã olímpica, afirma que a medida é "superimportante na busca por igualdade". “Isso deveria acontecer de forma orgânica, mas como sabemos do atraso de nossa sociedade em relação a certas pautas, principalmente quando falamos de gênero, medidas como essa são fundamentais nessa luta”, afirmou.

Fernanda Keller – triatleta com o maior número de títulos e recordes no Ironman, considerada a prova mais difícil do triathlon — comemorou a decisão:

– Graças a Deus, eu ajudei a vencer essa batalha no triathlon faz tempo. Desde os anos 80 e 90, me recusava a participar de provas em que a premiação masculina e feminina fosse diferente e obrigava os organizadores a respeitarem a categoria profissional feminina. Há tempos, a premiação é a mesma. Isso não é nenhum favor, prêmio ou reconhecimento. É sim um direito conquistado com o nosso profissionalismo e eficiência.

Mari – campeã olímpica com a seleção brasileira de vôlei nos Jogos de Pequim, em 2008 — afirmou que essa atitude já deveria ser aplicada há muito tempo. “Não faz o menor sentido ter essas diferenças. As mulheres atletas ralam tanto quanto os homens e ainda algumas são mães, cuidam da casa, e conciliam tudo”, disse.

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