5 de dezembro de 2020

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O Presidente Donald Trump ordenou ao Pentágono a retirada de quase todas as tropas estadunidenses da Somália, onde há 13 anos lutam contra a afiliada local da Al Qaeda, a Al-Shabaab, disseram autoridades americanas.

Os cerca de 700 soldados estacionados na Somália devem ir para as bases no Quénia e no Djibouti e só entrarão na Somália para realizar missões de contraterrorismo mais curtas contra o al-Shabaab.

As mesmas fontes adiantaram que a medida deve entrar em vigor no início de 2021.

Em comunicado enviado ao Congresso nesta sexta-feira, 4, o Pentágono assegurou que, apesar da retirada, os objectivos dos Estados Unidos na Somália não mudaram.

“Continuaremos a destruir as organizações extremistas violentas que podem ameaçar a nossa pátria, ao mesmo tempo que garantimos a nossa posição de liderança estratégica”, lê-se no comunicado.

A pressão do Presidente Trump para reduzir as forças dos EUA em África tem enfrentado a oposição de legisladores de ambos os lados que defendem um envolvimento americano contínuo nas zonas de conflito no continente.

O representante democrata Anthony Brown, vice-presidente do Comité de Serviços Armados, questionou a importância desses movimentos durante a transição presidencial em Washington.

“Enfrentamos ameaças cada vez maiores à nossa segurança nacional durante este período”, disse Brown hoje em comunicado, no qual sublinha que “esta acção coloca os nossos soldados em risco, torna o nosso país menos seguro e ameaça a estabilidade de nossos parceiros na África”.

O Governo da Somália manifestou sempre a sua preocupação quanto a uma eventual saída das tropas americanas.

“O apoio militar dos Estados Unidos à Somália permitiu-nos combater com eficácia o Al-Shabab”, escreveu o Presidente somali Mohamed Abdullahi Mohamed no Twitter em outubro, acrescentando que “uma vitória nesta jornada e para a parceria Somali-EUA só pode ser alcançada através de uma segurança contínua e apoio ao fortalecimento das capacidades”.

Há algumas semanas, o Presidente Trump anunciou a retirada de 2.500 militares do Afeganistão e um contingente idêntico no Iraque no dia 15 de janeiro, cinco dias antes de deixar o poder.

Fontes