Brasil • 8 de fevereiro de 2007

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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reunirá seus associados, na próxima semana, para propor alterações no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado ontem pelo governo. A entidade defende maior compromisso com a realização de reformas e a redução de gastos públicos.

No iG chat realizado hoje, o presidente da CNI, deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB-PE), reconheceu a importância do PAC mas afirmou serem necessários aperfeiçoamentos, além da boa gestão pelo governo federal e a aprovação rápida de projetos enviados ao Congresso.

Armando Monteiro disse que o setor industrial seguirá o exemplo dos governadores, que se reunirão para propor alterações no programa. “Já convocamos uma reunião, para a próxima semana, do Fórum Nacional da Indústria, para avaliar o PAC e criar mecanismos de acompanhamento do programa, inclusive na esfera legislativa”, anunciou.

Entre tópicos criticados pelo presidente da CNI, estão a ausência de “compromissos firmes” com a redução de despesas do governo, que permitiria economizar recursos para aplicá-los em investimentos e redução da dívida pública, além de abrir espaço para a redução da carga tributária que atualmente inibe o crescimento econômico.

Ainda segundo Armando Monteiro, o PAC teria relegado setores industriais como o têxtil, o calçadista e o moveleiro, que foram afetados pela baixa do dólar nos últimos anos. “Acho que esses setores precisam ser urgentemente contemplados e não há no PAC qualquer indicação de apoio. São, inclusive, os setores mais intensivos em mão-de-obra e que estão gravemente afetados por essa taxa de câmbio irrealista”, argumentou.

Um ponto crucial para a CNI será a participação no Fórum da Previdência, criado pelo PAC para diversos setores da sociedade discutirem o sistema da Previdência Social, cujo déficit aumenta ano a ano. Para Armando Monteiro Neto, a Reforma da Previdência não deve virar um tabu – referiu-se à posição contrária dos trabalhadores a mudanças na concessão de benefícios.

“A CNI vai para o Fórum com a intenção de oferecer propostas viáveis e apoiadas na experiência internacional. Por exemplo, questões como idade mínima para aquisição de direitos, a necessidade de criar mecanismos complementares de poupança”, citou o deputado.

Ele ressaltou a Previdência como um foco importante de desequilíbrio fiscal: “É hoje o item da despesa de governo de maior peso, consome quase 9,5% do PIB, portanto, é preciso encarar esse desequilíbrio com medidas que vão além da gestão”, alegou. Na opinião do presidente da CNI, “é até estranho que o governo, após todo esse tempo, não tenha uma proposta mais estrutural para a Previdência. Estamos atrasados nessa discussão”.

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