Agência VOA

Tensão militar, ainda que menor, e ciclone Dimeo comrometem o sector.

27 de março de 2017

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Operadores do sector do turismo em Moçambique dizem que, apesar da trégua no conflito armado, não se espera uma actividade turística significativa durante o período da Páscoa, devido ao enfraquecimento da economia.

A época Natalícia e a Páscoa são momentos em que a actividade turística tem sido particularmente vibrante em Moçambique, resultante da entrada no país de milhares de turistas provenientes de diversas partes do mundo, apesar da tensão militar que o país viveu nos últimos anos.

Neste momento, o país vive um clima de paz, na sequência da trégua decretada pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, mas operadores turísticos dizem que mesmo assim, este ano, o período da Páscoa não vai ser tão bom para fazer dinheiro como no passado recente.

Por estas alturas, alguns dos principais hotéis moçambicanos já deviam ter os quartos reservados, mas não é o que está a acontecer.

Os turistas, tanto nacionais como estrangeiros, não aparecem, lamentou Maimuna Abdula, gestora do Residencial Nacional.

A província de Inhambane, no sul do país, tem a bandeira do turismo de Moçambique e muitas das estâncias turísticas instaladas ao longo da sua costa já tinham reservas quase esgotadas para a Páscoa, mas o ciclone Dineo frustrou as expectativas dos seus gestores.

Com efeito, o ciclone, que recentemente se abateu sobre a zona sul de Moçambique, destruiu cerca de 100 estabelecimentos turísticos em Inhambane, e os operadores não têm dinheiro para a sua reconstrução a fim de poderem receber cerca de 25 mil turistas que deviam escalar aquela província nesta páscoa.

Muitos dos investidores do sector turístico em Inhambane são sul-africanos e zimbabueanos e não recorrem à banca comercial moçambicana porque as taxas de juro são muito altas, segundo diz o presidente da Associação de Hotelaria e Turismo de Inhambane, José da Cunha.

Refira-se que neste momento, devido ao ciclone, a capacidade de alojamento da província de Inhambane, estimada em cerca de 17.500 camas, foi reduzida para apenas cinco mil camas.

Em 2016, o volume de investimentos no sector do turismo em Moçambique foi de um pouco mais de 107 milhões de dólares, representando uma redução, relativamente ao ano anterior, em que foram investidos cerca de 193 milhões de dólares, situação que poderá estar relacionada com a tensão militar, que foi particularmente intensa no ano passado.

Fontes