Agência VOA

Etiópia.

E “nada mais irá desbloquear o potencial de África senão a eliminação do cancro da corrupção”.

28 de julho de 2015

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O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, terminou hoje a sua visita a África com uma intervenção na sede da União África, em Adis Abeba (capital da Etiópia), na qual defendeu maior aposta no desenvolvimento económico, democracia e liberdade de expressão.

Com esse ato, Barack Obama tornou-se no primeiro presidente americano em exercício a discursar na União Africana, um marco do seu interesse em ver o continente na rota de desenvolvimento económico.

“É já altura de colocar de lado os velhos estereótipos de uma África sempre mergulhada na pobreza e conflitos e reconhecer o seu progresso extraordinário,“ disse Obama.

Obama realçou a contribuição americana nas conquistas de África, que incluem a redução de infecções por HIV, o vírus que causa a SIDA, e a redução da pobreza.

Destacou o esforço para a melhoria do comércio e iniciativas americanas orientadas para a segurança alimentar, aumento do acesso à electricidade e apoio ao empreendedorismo africano.

Obama disse que os Estados Unidos querem incrementar o comércio com países africanos, tendo sido sinal disso a renovação, por dez anos, da iniciativa AGOA, que permite a colocação de produtos africanos no mercado americano.

De momento, os Estados Unidos tem fortes parcerias comerciais com três países do continente: África do Sul, Nigéria e Angola. A área de energia é a mais activa, mas, segundo Obama, é preciso diversificar e aumentar o número de países.E para tal, que missões americanas têm procurado oportunidades em países como Tanzânia, Etiópia e Moçambique.

Sem mencionar a China, o presidente Obama sublinhou que as relações económicas não podem simplesmente se resumir em outros países construírem infra-estruturas com mão-de-obra estrangeira ou na extracção de recursos naturais de África.

Para Obama, “as verdadeiras parcerias económicas deverão ser um bom negócio para África. Deverão criar emprego e capacitar os africanos”.

O líder Americano lamentou que o impressionante progresso de África está numa base frágil, com milhões de africanos ainda vivendo na pobreza extrema, sem acesso à infra-estruturas básicas.

Obama repetiu que nada mais irá desbloquear o potencial de África senão a eliminação do cancro da corrupção.

“Se alguém deve subornar para começar um negócio ou ir à escola ou para um funcionário fazer o seu trabalho, essa não “uma maneira (de ser) africana”. Isso mina a dignidade do povo que vocês representam”, disse Obama.

O presidente Obama foi aplaudido quando disse que o progresso de África dependia da democracia, que não se pode limitar no acto de realizar eleições formais.

“Quando os jornalistas são colocados atrás das grades por fazer o seu trabalho, ou os activistas são ameaçados quando os governos reprimem a sociedade civil, tens a palavra democracia escrita, mas sem substância”, disse.

E a audiência riu quando ele disse que não compreende os líderes africanos que recusam deixar o poder no fim dos seus mandatos. Deu o exemplo do seu próprio mandato que está próximo do fim e que segundo a constituição americana não pode concorrer, “mesmo pensando que seria capaz de ganhar.”

No final, Obama falou da importância de investir na educação e saúde dos jovens, raparigas e mulheres. Disse que os Estados Unidos irão apoiar um programa que ajudará raparigas de dez países africanos a crescer sem HIV e estudar para libertar o seu potencial.

Os países em causa são Quénia, Lesotho, Malawi, Moçambique, África do Sul, Swazilândia, Tanzania, Uganda, Zambia e Zimbabwe.

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