10 de junho de 2025

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Um barco de ajuda humanitária com destino a Gaza, apreendido ilegalmente por Israel em águas internacionais, foi rebocado para o Porto de Ashdod, com os doze ativistas internacionais a bordo agora enfrentando detenção e deportação.

A Coalizão da Flotilha da Liberdade (FFC), que lançou o navio para chamar a atenção internacional para a fome iminente na Faixa de Gaza sitiada, disse que ele foi capturado por volta das 4h02 (01h02 GMT) de segunda-feira, a cerca de 200 km de Gaza, chegando a Ashdod ao cair da noite.

Antes, a coalizão divulgou um vídeo da embarcação, que deixou a Sicília em 1º de junho, mostrando os ativistas – entre os quais a ativista climática Greta Thunberg e a parlamentar francesa Rima Hassan – com as mãos levantadas enquanto as forças israelenses abordavam a embarcação.

A Adalah, um centro jurídico palestino que representa os ativistas, anunciou que eles deveriam ser mantidos em um centro de detenção antes de serem deportados.

Acrescentou que Israel não tinha "autoridade legal" para tomar posse do navio, que se encontrava em águas internacionais, com destino não a Israel, mas às "águas territoriais do Estado da Palestina".

As prisões dos 12 "ativistas desarmados" representaram "uma grave violação do direito internacional", observou em comunicado.

Huwaida Arraf, organizadora do FFC, disse à Al Jazeera que não houve contato com os ativistas desde que foram detidos na madrugada de segunda-feira.

O Madleen, observou ela, navegava sob bandeira do Reino Unido quando foi apreendido à força por comandos israelenses.

"Então, Israel entrou em águas internacionais e atacou território soberano do Reino Unido, o que é flagrantemente ilegal. E esperamos uma forte condenação, que ainda não ouvimos do Reino Unido", acrescentou.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel descreveu a viagem como um golpe de relações públicas, afirmando em uma publicação no X que "o 'iate de selfies' das 'celebridades' está a caminho em segurança das costas de Israel".

Observou que os passageiros estavam "se submetendo a exames médicos para garantir que estejam bem de saúde", acrescentando que todos os passageiros deveriam retornar aos seus países de origem.

O porta-voz do governo, David Mencer, reservou um desprezo especial para Thunberg, de 22 anos.

"Greta não estava trazendo ajuda, ela estava trazendo a si mesma. E ela não está aqui por Gaza, sejamos francos. Ela está aqui por Greta", afirmou.

Em uma mensagem de vídeo pré-gravada e compartilhada pela FFC, Thunberg disse: "Peço a todos os meus amigos, familiares e camaradas que pressionem o governo sueco para que eu e os outros sejamos libertados o mais rápido possível".

O Ministério das Relações Exteriores da Suécia anunciou que está em contato com as autoridades israelenses.

“Caso haja necessidade de apoio consular, a Embaixada e o Ministério das Relações Exteriores avaliarão a melhor forma de ajudar a cidadã sueca/Greta Thunberg a resolver sua situação”, disse um porta-voz em declaração escrita à agência de notícias Reuters.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que atacou Thunberg em 2019, rejeitou a declaração.

“Acho que Israel já tem problemas suficientes sem sequestrar Greta Thunberg”, enfatizou.

Fontes

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