29 de abril de 2021

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A apresentação do Arackar licanantay no Museu Nacional de História Natural do Chile

Por Meteored Chile

Na segunda-feira da semana passada (19) foi anunciado que um grupo de cientistas liderado pelo geólogo chileno Carlos Arévalo concluiu que os restos desenterrados no deserto do Atacama na década de 1990 e estudados desde então pertenciam a um titanossauro herbívoro com as costas retas e uma pequena cabeça apoiada num longo pescoço. O deserto mais seco do mundo hoje era o habitat desta espécie quando era ainda um local úmido, com temperatura média de 24°C e ocupado por uma exuberante vegetação de palmeiras, samambaias e flores.

A análise dos fragmentos do úmero, fémur, pescoço e vértebras dorsais permitiu concluir que o Arackar licanantay (que significa “Ossos Atacameño” na língua indígena Kunzi), como esta nova espécie foi designada, era um saurópode de cerca de 6,3 metros de comprimento.

Titanossauros constituem um grande número das espécies pré-históricas identificadas na América do Sul, particularmente na Argentina e no Brasil, mas na região oeste da Cordilheira dos Andes, no território do Chile em particular, o Arackar licanantay é o terceiro dinossauro identificado.

Das 80 espécies de dinossauros conhecidas no mundo, 55 vêm da América do Sul e sua sobrevivência até cerca de 100 milhões de anos atrás é atribuída ao fato de que no Cretáceo Superior esse continente permaneceu isolado.

Mas não foi o primeiro...

Na vasta geografia chilena se estabeleceram vários pontos de exploração e, em particular na costa da região do Bíobío, resultados interessantes foram obtidos. Foi lá que os fósseis de répteis marinhos identificados permitiram, em 2018, a primeira descrição de Aristonectes quiriquinensis, um dos maiores plesiossauros que existiram, com cerca de 2 metros de comprimento, membros de 3 metros e dentes finos que funcionavam como filtros de pequenos organismos. Também nesta região restos fósseis de um halisauro, muito semelhante a um lagarto marinho com cerca de 4 metros de comprimento, foram encontrados pela primeira vez no país.

Em 2004, em Aysén, foi declarada a descoberta do Chilesaurio, um terópode herbívoro menor que um velociraptor, que revolucionou a paleontologia internacional ao representar um grande enigma evolutivo a ser estudado. A descoberta atraiu a atenção de renomados pesquisadores e, desde então, abriu as portas das mais avançadas instituições do mundo no assunto para os paleontólogos chilenos.

Revistas científicas internacionais de prestígio publicam anualmente os resultados das investigações de instituições do país como a Universidade do Chile, o Museu de História Natural e o Instituto Antártico Chileno.

Cientistas chilenos continuam a se dedicar a este mundo emocionante de enormes criaturas que povoaram nosso planeta - e que mais de um cineasta em Hollywood recriou em filmes inesquecíveis - para lançar mais luz sobre nosso passado e, porque não, para refletir sobre o futuro.

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