1 de fevereiro de 2025

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O Mioceno corresponde à época geológica que teve início aproximadamente 23 milhões de anos atrás. Estendendo-se por mais de 17 milhões de anos, ela marca uma fase de grande desenvolvimento e diversificação de espécies de animais e plantas. Em artigo publicado na revista científica Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, pesquisadores da USP relacionaram as condições climáticas de altas e estáveis temperaturas do passado com o surgimento de jacarés gigantes na região ocidental da Amazônia. O estudo da linhagem Caimaninae indica que a evolução de seu tamanho foi resultado de condições ambientais combinadas do período.

Os caimanines são popularmente conhecidos como jacarés e habitam predominantemente as Américas do Sul e Central. “Temos o grupo maior, Crocodylia, que é dividido em três: gaviais, crocodilos e jacarés. Esses jacarés ou são alligators ou são caimanines”, descreve Ana Laura Paiva, doutoranda em Biologia Comparada na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP. O artigo surgiu de sua atual pesquisa de doutorado, que busca investigar proporções corpóreas mais abrangentes em diferentes crocodilomorfos. Esse grupo engloba os répteis das três famílias de (jacarés, crocodilos e gaviais) atuais e seus parentes extintos.

Ana Paiva já havia trabalhado com espécies gigantes de jacarés em seu mestrado, estimando o tamanho desses animais com base em estudos de fósseis cranianos. A partir disso, veio a ideia de entender como os répteis atingiram tamanhos tão imensos e se fatores ambientais tinham alguma influência no processo evolutivo. A escolha dos caimanines como foco de estudo se deu por fatores como a presença desses animais na fauna brasileira e a diversidade morfológica entre as espécies.

“Tem uma variação de tamanho muito grande em caimanines extintos. Possivelmente, as maiores espécies crocodilomorfas estão no grupo, assim como espécies menores. Há espécies bem pequenas, [medindo] alguns centímetros os animais adultos”, explica Pedro Godoy, professor no Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências (IB) da USP e coorientador no doutorado de Ana Paiva. Ele dá o exemplo do Purussaurus brasiliensis, que chegava a medir mais de 10 metros de comprimento e foi um dos maiores crocodilianos que já existiram.

Fontes

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