Migrantes africanos atacam policiais da fronteira Marrocos-Espanha armados com facas, paus e pedras; objetivo era entrar na Europa

25 de junho de 2022

Fronteira entre Melilla e o Marrocos
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Cerca de 2 mil migrantes provenientes da África Subsariana atacaram ontem um posto policial na fronteira entre o enclave de Melilha (Espanha) e o Marrocos. Vindo por território marroquino, pela cidade de Nador, o grupo entrou em choque com os policiais do país e 500 deles conseguiram ultrapassar a barreira e chegar à linha fronteiriça. Cerca de 130 conseguiram entrar em território europeu após pular a cerca que faz a divisa.

Segundo a Euronews, "os migrantes estavam armados com facas artesanais, paus, martelos, pedras e com ganchos para subir a cerca", o que levou ao enfrentamento com as autoridades policiais. Com o confronto, 18 migrantes morreram e 133 ficaram feridos, além de 189 policiais.

“De acordo as autoridades de Marrocos, o assalto à fronteira foi algo nunca visto nos últimos anos”, reportou a Euronews ainda.

‘Máfias do tráfico de seres humanos’

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, classificou o episódio como “um ataque violento e bem organizado"=”, que ele atribuiu às “máfias do tráfico de pessoas.” Ele também agradeceu o apoio das autoridades marroquinas no combate à migração ilegal. “Gostaria de agradecer a extraordinária cooperação que estamos tendo com o Reino de Marrocos, que demonstra a necessidade de manter as melhores relações”, disse.

Direitos humanos

A AMDH (Association Marocaine des Droits Humains) de Nador reportou que a incursão ocorreu um dia depois que os policiais marroquinos tentaram desmontar um acampamento de migrantes numa floresta perto de Melilla. O chefe da AMDH, Omar Naji, acusou as autoridades dois países de uma "repressão intensa" aos migrantes.

Em seu Facebook, a Associação postou diversas fotos e vídeos com centenas de migrantes deitados no chão após serem detidos (veja aqui - conteúdo sensível) e disse que os representará judicialmente para que tenham um julgamento justo. Além disso, a AMDH denunciou que os corpos dos migrantes mortos não estavam sendo mantidos em condições adequadas no necrotério, que os policiais haviam usado “violência gratuita” contra quem já estava ferido e que “o número de migrantes mortos deve ser muito maior.”

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Fontes