19 de novembro de 2020

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Luanda vai ser palco de mais uma manifestação neste sábado, 21, agora contra a corrupção e impunidade.

Na sequência da repressão das anteriores manifestações, em especial da mais recente a 11 de novembro que resultou num morto, os olhos de todos estarão agora de novo viradas para a capital para ver como é que a polícia vai reagir, tendo em conta que o ministro da Justiça e Direitos humanos, Francisco Queiroz, admitiu nesta semana uso excessivo de forca por parte da Polícia Nacional (PN).

Na carta a que a VOA teve acesso, os cinco organizadores pedem a Helder Pitta Grós que investigue o crime de “associação criminosa praticada pela direcção do MPLA liderada pelo senhor José Eduardo dos Santos (ex-Presidente da República) que institucionalizou a política de acumulação primitiva de capital” que se traduziu na prática de crimes de corrupção.

Também o actual Presidente João Lourenço é visado, porque os demandantes querem saber “a maneira como se tornou num dos donos do Banco Sol e do Banco Angolano de Investimento”, bem com a responsabilidade civil e criminal do seu chefe de Gabinete, Edeltrudes Costa, com base nas denúncias de enriquecimento ilícito feitas pela emissora de televisão portuguesa TVI.

Os promotores da manifestação querem também apurar as responsabilidades de José Eduardo dos Santos e de outros homens fortes do seu regime.

Laura Macedo, uma das subscritoras da carta, disse que “a intermediária de matérias-primas, baseada em Singapura, fornecia a Angola praticamente todo o gasóleo e gasolina de que o país precisava, até perder este monopólio depois de João Lourenço subir ao poder em 2017.

Outro dos inquéritos pedidos relaciona-se com as responsabilidades dos donos da construtora Omatapalo, “que eram agentes públicos no momento da sua constituição e nessa condição fizeram negócios com o Estado” e dos sócios do Estado na Unitel, operadora de telecomunicações controlada por Isabel dos Santos, filha de Santos.

O presidente da Comissão Nacional Eleitoral, Manuel Pereira da Silva “Manico“, também é visado, devido à contestação da sua escolha para o cargo, largamente criticada pela oposição na altura.

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