30 de março de 2022

Mandioca
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A mandioca pode ser a melhor prevenção contra a Covid-19 e isso explica porque o nível de mortalidade da doença na África subsaariana tem sido muito abaixo do que era esperado.

Esta é a conclusão do Dr. Jonathan Kaunitz, investigador da Universidade da California, em Los Angeles, onde é também professor de Medicina, que deu a conhecer o resultado num comentário a um artigo publicado no New York Times em que se abordava o mistério que continua a ser o facto de, ao contrário do que se esperava, a taxa de mortalidade entre os africanos devido à Covid-19 ter sido bastante baixa.

O artigo faz notar que um estudo da Organização Mundial de Saúde indica que 65% da população da África subsaariana tinha sido infectada com o vírus até ao terceiro trimestre de 2021 e só quatro por cento dos africanos tinham sido vacinados quando esses dados foram adquiridos.

Contudo, o nível de mortes ou mesmo de hospitalização tem sido muito baixo ao contrário de outros continentes

O artigo menciona depois várias possibilidades para a baixa mortalidade entre os africanos, nomeadamente a idade mais jovem da população africana (dois terços com menos de 25 anos), baixos níveis de doenças relacionadas com a idade (doenças cardiovasculares, diabetes, doenças respiratórias e cancro), temperaturas ambientais mais altas, o facto de muito do tempo ser passado ao ar livre, fracas infraestruturas de transporte e outros.

Numa resposta ao artigo, o Dr. Kaunitz fez notar que para as populações da África Central e Ocidental a mandioca “é a grande fonte de calorias”.

A mandioca, diz o cientista, contem conteúdos elevados de produtos químicos que são convertidos em veneno HCN requerendo por isso “preparação extensa”.

O HCN é assim transformado em tiocianato (SCN), que é convertido nas glândulas salivares e nas vias respiratórias no desinfectante antiviral OSCN, “familia da lixívia usada em casa”.

“Há na verdade uma correlação inversa entre a ingestão de mandioca e o nível de mortes por Covid-19, explicando assim os baixos níveis de mortes em países africanos consumidores de mandioca, especialmente na Nigéria e RDC”, escreveu o investigador.

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