5 de agosto de 2023

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Cerca de duas centenas de médicos marcharam pelas ruas da capital moçambicana, Maputo, neste sábado, 5, em apoio à greve da classe que dura desde 10 de Julho e em protesto pela falta de respostas do governo ao acordo assumido com a Associação Médica de Moçambique (AMM) em Dezembro de 2022.

"Preciso cuidar de quem cuida" e "não brinca com o meu estatuto" foram frases proferidas pelos médicos quando passaram junto do Ministério da Saúde, acompanhadas de pedidos de demissão do ministro Armindo Tiago.

Os médicos também gritaram "não somos só 60", em resposta à decisão do Conselho de Ministros, na terça-feira, 1, de contratar mais seis dezenas de profissionais de saúde, no momento em que, devido à greve, os estabelecimentos de saúde têm ainda menos médicos, com graves consequências para os pacientes.

Em declarações a jornalistas, o porta-voz da AMM disse que neste momento "o Governo não tem capacidade para o diálogo, não se abre ao diálogo".

A marcha começou na avenida Eduardo Mondlane e terminou na Praça da Independência, onde foi observado um minuto de silêncio pelos médicos que foram vítimas da Covid-19.

A marcha acontece também depois de vir a público que o Governo tem uma proposta de revisão do Regulamento do Estatuto do Médico na Administração Pública, que pode mexer em alguns direitos já adquiridos pelos médicos, como a redução do subsídio do trabalho em regime de turnos, dos atuais 30% para 7,5%.

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