Agência Brasil

9 de julho de 2008

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A preocupação da União Européia com a avalanche de imigrantes ilegais - explicitada na recém-aprovada lei de imigração européia - serviu de gancho para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fazer um apelo aos países ricos por um acordo na Rodada Doha.

Em café da manhã com líderes do G8 e do G5, Lula defendeu a abertura dos mercados desenvolvidos e a redução do apoio financeiro concedido por esses países a seus agricultores como forma de criar oportunidades nos países mais pobres e, assim, reduzir as imigrações.

"Se não houver o fim dos subsídios, a chance desses países pobres se desenvolverem é muito mais difícil, e a chance deles serem migrantes é muito mais fácil. A lógica é trabalhar para que esses países se desenvolvam", disse Lula à imprensa, resumindo os argumentos que usou no café da manhã com chefes de Estado e de governo do G8 e do G5.

Lula levou ao G8 a indignação brasileira diante da nova lei de imigração européia, que endurece as regras de tratamento a imigrantes ilegais. O rechaço foi manifestado oficialmente pelos países sul-americanos na Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, realizada no dia 1° deste mês na cidade argentina de San Miguel de Tucumán.

"O tratamento que o Brasil deu na entrada dos alemães em 1850, depois italianos em 1875, e depois espanhóis, depois japoneses e, mais recentemente, muita gente da América do Sul é o tratamento que queremos que dêem aos migrantes brasileiros e latino-americanos", disse Lula a jornalistas.

"Temos consciência de que é sempre um problema, mas nunca pode ser tratado como um problema de polícia, tem que ser tratado como um problema social, um problema de desenvolvimento econômico. Fiz questão de dizer isso", completou o presidente.

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