20 de novembro de 2022

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O Presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, propôs uma aliança global para combater a fome em todo o mundo, e exigiu dos países ricos o cumprimento da promessa de transferência de recursos para que os países menos poluidores e mais pobres consigam fazer a mitigação para energia limpa.

Ao discursar na Conferência do Clima, COP27, a convite do Presidente do Egipto, Lula criticou gastos de trilhões de dólares em guerras, enquanto 900 milhões de pessoas passam fome, e pediu a inclusão de mais países no Conselho de Segurança da ONU e o fim do privilégio do veto e ofereceu o Brasil para sedear a COP30, em 2025, na região do Amazonas.

“A luta contra o aquecimento global é indissociável da luta contra a pobreza e por um mundo menos desigual e mais justo”, afirmou o também antigo Chefe de Estado, que acrescentou que “o planeta que a todo momento nos alerta de que precisamos uns dos outros para sobreviver” porque “sozinhos estamos vulneráveis à tragédia climática”.

Ele lembrou que "ninguém está a salvo" das mudanças climáticas, mas destacou que os efeitos do aquecimento global recaem "com maior intensidade sobre os mais vulneráveis”.

Quanto a um dos temas que marcam a conferência que termina na sexta-feira, 18, Lula da Silva advogou pelos países que poluem menos e que são os mais afectados pelas mudanças climáticas.

"Eu queria lembrar a vocês que em 2009 os países presentes na COP 15, em Copenhagen, se comprometeram em mobilizar 100 bilhões de dólares por ano a partir de 2020 - portanto, já passaram-se dois anos - para ajudar os países menos desenvolvidos a enfrentarem a mudança climática. Então, eu não sei quantos representantes de países ricos têm aqui, mas eu quero dizer que a minha volta também é para cobrar aquilo que foi prometido na COP 15. É triste, mas esse compromisso não foi nem está sendo cumprido", disse o Presidente eleito.

Recepção na COP27

Lula foi recebido com muitos aplausos e gritos do seu nome em Sharm el-Sheikh, no Egipto, tendo ele repetido em muitas ocasiões, nomeadamente no seu discurso "O Brasil está de volta".

Centenas de pessoas encheram as salas dos dois eventos separados em que participou, o que obrigou os serviços de segurança a fechar as portas das mesmas e a deixar uma multidão de fora.

"Lula representa uma mudança política para a América Latina", disse Adrian Martinez Blanco, que participa da conferência sobre o clima da ONG da Costa Rica, La Ruta del Clima, sublinhando que “é uma mudança para a protecção do planeta, da Amazónia, dos direitos humanos, dos direitos dos povos indígenas”.

Sofya Levitina, estudante da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, afirmou ser “muito interessante ouvi-lo em primeira mão e entender como ele capta tanto amor de seu povo - embora também não seja necessariamente o melhor para o país", em referência aos escândalos de corrupção em que esteve envolvido.

Melissa Yokoe Ashbaugh, que estuda na mesma universidade americana, disse que a "impressão da animação é que ele representa uma espécie de esperança das pessoas envolvidas nesse tipo de espaço de acção climática “.

”A activista brasileira pelo clima Mariana Paoli, que lidera a defesa global da Christian Aid, disse que o Brasil tornou-se um “estado pária” sob Bolsonaro quando se tratava de política climática.

"É tão bom ver Lula trazendo o Brasil de volta", concluiu em um comunicado. Lula afirmou também no discurso que "o Brasil está pronto para se juntar novamente aos esforços para a construção de um planeta mais saudável" e de "um mundo mais justo".

Fontes