Internautas chineses assistem aos protestos venezuelanos e aproveitam a oportunidade para se manifestar
1 de agosto de 2024
Enquanto milhares de pessoas na Venezuela protestavam contra os resultados das eleições de domingo, muitos na China assistiam e comentavam nas plataformas de redes sociais.
Embora as redes sociais sejam fortemente censuradas na China e a maioria dos comentários ecoem o apoio ao atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, os vídeos dos protestos espalharam-se amplamente e alguns manifestaram apoio aos manifestantes. Outros aproveitaram a oportunidade para criticar subtilmente o sistema autoritário de governo da China, apontando a falta de eleições livres e abertas no país.
Nas postagens no Weibo, que é semelhante ao X, as repreensões não foram diretas, mas veladas em sarcasmo.
Um cartaz dizia: “Nunca teria esperado que realizassem eleições”. Ao que outro respondeu: “Existem apenas alguns países que não realizam eleições gerais”.
- Democracia de todo o processo
Outra postagem no Weibo perguntava sarcasticamente: “Por que ainda há eleições? Eles definitivamente não implementaram a democracia de todo o processo” – um conceito proposto pela primeira vez pelo líder chinês Xi Jinping em 2019.
Nos últimos anos, o Partido Comunista Chinês justificou o seu governo alegando que a “democracia de processo completo” da China é um sistema democrático mais abrangente do que a democracia ocidental.
De acordo com o Índice de Democracia Global de 2023 divulgado pela Economist Intelligence Unit, a Venezuela ficou em 142º lugar entre quase 170 países e regiões. A China ficou em 148º lugar.
Muitos internautas também expressaram seu apoio aos manifestantes na Venezuela.
“Você precisa lutar e proteger seus próprios direitos”, disse um comentário no Weibo.
“É só uma questão de tempo. O povo não pode continuar sendo enganado”, disse outro.
Após a votação de domingo, Maduro e o candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, também conhecido como Edmundo Gonzalez, reivindicaram a vitória.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela declarou Maduro o vencedor com 51% de apoio, concedendo-lhe um terceiro mandato de seis anos. Mas Gonzalez disse que obteve mais de 70% dos votos. Agências eleitorais independentes também consideraram a vitória de Maduro pouco confiável, e observadores estrangeiros pediram às autoridades eleitorais que divulgassem uma contagem completa.
Governos de países latino-americanos, incluindo Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai, emitiram um apelo semelhante numa declaração conjunta, dizendo que uma contagem transparente de votos era a única forma de garantir os resultados. respeitou a vontade dos eleitores venezuelanos.
Notícias relacionadas
editarFontes
editar- ((en)) Chinese netizens watch Venezuelan protests, seize opportunity to speak out — VOA News, 31 de julho de 2024
Conforme os termos de uso "todo o material de texto, áudio e vídeo produzido exclusivamente pela Voz da América é de domínio público". A licença não se aplica a materiais de terceiros divulgados pela VOA. |