China • 3 de dezembro de 2014

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Três estudantes em greve de fome em Hong Kong enviaram uma carta aberta ao líder do governo para pedir a retomada do diálogo sobre a reforma política, no dia em que os líderes do Occupy Central se entregaram à polícia. A carta aberta foi endereçada ao chefe do Executivo, CY Leung, pelo líder do movimento Scholarism, Joshua Wong, e por outras duas estudantes que estão há mais de 40 horas em jejum.

Imagens transmitidas pela televisão mostram os três líderes do movimento Occupy Central entregando-se às autoridades, tal como tinham anunciado nessa terça-feira (2). Os acadêmicos Benny Tai e Chan Kin-man e o reverendo batista Chu Yiu-ming entraram em uma delegacia de polícia, patrulhada nas imediações por cerca de 100 agentes.

Joshua Wong disse hoje, em entrevista coletiva, que mais jovens estão pensando em fazer greve de fome para pressionar o governo de Hong Kong a retomar o diálogo com os manifestantes sobre o sufrágio universal para as próximas eleições para chefe do Executivo, que ocorrerá em 2017.

"Não estamos dizendo que vamos fazer greve de fome até conseguir o sufrágio universal. Só (queremos) reiniciar o diálogo", disse o jovem líder estudantil, de 18 anos. Tanto Wong quanto as duas jovens em greve de fome disseram que vão manter essa forma de protesto, apesar de já terem começado a dar sintomas de cansaço e vômitos. Ele disse que só vão beber água ou alguma solução de glicose em caso de recomendação dos médicos.

“Queremos que as pessoas saibam que a greve de fome que estamos fazendo é séria. Queremos atrair a atenção da população novamente para o movimento”, disse. Os três cofundadores do Occupy Central – uma das organizações na origem dos protestos – entregaram-se às autoridades, depois de, nessa terça-feira, terem pedido aos estudantes para abandonar as ruas por motivo de segurança e para uma mudança de estratégia do movimento.

Apesar de o anúncio ter evidenciado a divisão entre o grupo de manifestantes, centenas de estudantes continuam acampados em Admiralty, o principal local de protestos. Os protestos pró-democracia ocorrem há mais de dois meses em Hong Kong, mantendo-se atualmente dois acampamentos em Admiralty (sede do governo) e em Causeway (zona comercial).

Fontes