20 de fevereiro de 2025

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Os corpos de quatro israelenses mantidos reféns em Gaza retornaram hoje Israel, no mais recente desdobramento do cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Os libertados incluíam os cativos mais jovens – o bebê Kfir Bibas, que tinha 9 meses quando foi sequestrado, e seu irmão de 4 anos, Ariel Bibas – além de sua mãe, Shiri Bibas, e de Oded Lifshitz.

Antes de transferir os quatro caixões para a Cruz Vermelha, o Hamas os exibiu em um palco no local da entrega, junto com bandeiras e faixas, em frente a dezenas de palestinos. Um dos cartazes acusava Netanyahu de ser um criminoso de guerra e dizia que ataques aéreos israelenses mataram os reféns.

O chefe de direitos humanos da ONU, Volker Türk, disse na quinta-feira que os restos mortais precisam ser respeitados. "Segundo o direito internacional, qualquer entrega dos restos mortais de pessoas falecidas deve obedecer à proibição de tratamento cruel, desumano ou degradante, garantindo o respeito à dignidade dos falecidos e de suas famílias", disse Türk em um comunicado.

Já em Israel, os carros com os corpos seguiram em procissão e centenas de pessoa à beira da estrada acenavam com bandeiras israelenses. Os restos mortais foram entregues ao Centro Nacional de Medicina Forense em Tel Aviv para confirmar suas identidades.

Israel e o Hamas estão no processo de implementação da primeira fase de um cessar-fogo que começou em 19 de janeiro. As negociações sobre a segunda fase estão programadas para começar esta semana, de acordo com o Ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar.

Uma autoridade do Hamas disse à Agence France-Presse que os reféns restantes podem ser libertados juntos durante a próxima fase da trégua. As vítimas

Os Bibas foram sequestrados do Kibutz Nir Oz pelo Hamas em 7 de outubro de 2023. O vídeo do sequestro mostrou Shiri Bibas envolvendo os meninos em um cobertor e sendo levada por homens armados. Segundo o Hamas, os três foram mortos em um ataque aéreo israelense em novembro de 2023. Seu pai, Yarden Bibas, também foi sequestrado, mas em outro local, e retornou vivo no início deste mês.

Lifshitz, um dos fundadores de Nir Oz, onde também morava, tinha 83 anos e segundo informações da imprensa israelense, fazia trabalho humanitário com palestinos perto da fronteira, muitas vezes os levando para atendimento hospitalar em Israel. " Defendeu os beduínos expulsos, relatou os infames massacres de palestinos por milícias apoiadas por Israel [era jornalista] e levou os doentes de Gaza para hospitais israelenses", escreveu o Times of Israel.

Reações

O presidente israelense Isaac Herzog disse no X que os corações de toda a nação “estão em frangalhos”. “Em nome do Estado de Israel, curvo minha cabeça e peço perdão”, disse Herzog. “Perdão por não proteger vocês naquele dia terrível. Perdão por não trazer vocês para casa em segurança".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, voltou a dizer que o Hamas será destruído.

Fontes

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