14 de julho de 2022

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Agência VOA

Organizações de defesa e promoção dos direitos das mulheres exigem a demissão do ministro do Interior, Botché Candé, devido ao rapto de uma menor no princípio deste mês por homens não identificados.

Num comunicado lido durante uma conferência de imprensa, no termo de uma vigília que teve lugar nesta quinta-feira, 14 sob o lema: “Vigília pelo fim da violência”, as organizações disseram exigir a “demissão imediata do ministro do Interior por evidente incompetência para garantir, através das estruturas do Ministério que tutela, a segurança e integridade física e moral dos cidadãos.”

As organizações lembram que desde 2020, a “Guiné-Bissau tem vivido num clima de terror, caracterizado por espancamentos e raptos que, a ajuizar pelas circunstâncias, visam amordaçar e silenciar vozes discordantes dos detentores do poder, tendo vitimado jornalistas, uma estação radiofônica, políticos na oposição, ativistas políticos, etc.”

Para o colectivo das organizações de defesa e promoção dos direitos das mulheres da Guiné-Bissau “até ao momento, todos os casos foram tratados pelo poder instalado como sendo isolados, sem que qualquer deles tenha sido esclarecido, nem os autores identificados e julgados, apesar da recorrência do modus operandi e das circunstâncias descritas, conduzirem sistematicamente à suspeita da ligação dos autores materiais ao Ministério do Interior e à Presidência da República”.

“A caracterização acima faz antever uma tendência do agravamento das atrocidades, pressagiando o aumento da vulnerabilidade e da insegurança dos cidadãos e um foco na violência contra as mulheres, num ambiente de total impunidade”, refere o comunicado.

Aquelas organizações exigem das autoridades governamentais guineenses que “assumam as suas responsabilidades no seguimento do caso da menina sequestrada no princípio deste mês e seu apoio para o tratamento médico, social e psicológico.”

Por ouro lado, “associando-se a todas as vozes que denunciaram publicamente o rapto da menina”, o colectivo das organizações exige da Polícia Judiciária a realização célere e cabal das investigações sobre o caso, na sequência das denúncias feitas pela vítima e familiares, e respectiva transmissão dos resultados à Procuradoria Geral da República.

A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) denunciou no passado dia 6 o rapto de uma menina de 18 anos de idade em Bissau, filha de um ativista político radicado no estrangeiro e que viria a ser libertada no dia seguinte, sem que sejam ainda conhecidos os supostos autores do ato.

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