Agência VOA

17 de abril de 2018

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O Governo angolano tenta recuperar milhões de dólares depositados nas Maurícias alegadamente transferidos de forma duvidosa através do Banco Nacional de Angola (BNA).

O assunto teria sido tratado entre o ministro angolano das Relações Exteriores, Manuel Augusto, e o primeiro-ministro das Maurícias, de acordo com fontes citadas pela Rádio Nacional de Angola.

A ideia das autoridades angolanas, segundo a rádio pública, é usar o mesmo mecanismo aplicado para recuperar cerca de 500 milhões de dólares transferidos ilegalmente para o Crédit Suisse de Londres através do BNA.

O ex-governador do Banco Nacional de Angola, Valter Filipe, e o antigo presidente do Fundo Soberano de Angola, José Filomeno dos Santos, foram constituídos arguidos pela Procuradoria-Geral da República.

Fundos nas Maurícias

Entretanto, a 8 de Abril, as autoridades financeiras das Maurícias suspenderam as licenças de operação de sete fundos de investimentos ligados ao Fundo Soberano de Angola e ao seu antigo Presidente, José Filomeno dos Santos.

Os fundos eram operados pela Quantum Global Investments Africa Management Limited, cujo director é Jean-Claude Bastos de Morais, que tem dupla nacionalidade - suíça e angolana - e é apontado como sócio do filho do antigo Presidente José Eduardo dos Santos.

O Tribunal Supremo das Maurícias ordenou a congelamento de 54 contas ligadas a Bastos de Morais num valor aproximado a 300 milhões de dólares.

O congelamento das contas foi ordenado por um juiz a pedido da Financial Intelligence Unit (FIU) e, segundo fontes nas Maurícias, “uma melhor avaliação dos montantes envolvidos” será feita esta semana.

A imprensa maurícia revelou, na altura, que o pedido da FIU ao tribunal foi feito depois da visita de uma entidade oficial angolana que se avistou com funcionários do gabinete do primeiro-ministro das Maurícias.

O representante do Governo angolano, cuja identidade não foi revelada, teria na sua posse documentos “comprometedores” sobre as actividades de Jean- Claude Bastos de Morais.

As mesmas fontes afirmam que o empresário é “suspeito” de branqueamento de capitais.

Resposta da empresa

Os fundos na posse das duas companhias de investimento da Quantum Global iriam ser usados num projecto hoteleiro em Luanda financiado pelo Fundo Soberano.

A Quantum Global emitiu um comunicado afirmando estar a trabalhar “em estreita colaboração com as autoridades competentes” e acrescentou estar confiante na sua capacidade de se defender contra “os ataques injustificados à nossa reputação”.

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