18 de maio de 2024

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A Argentina está sofrendo graves inundações causadas pelo ciclo de chuvas que nos últimos dias também deixaram danos em grande escala no Brasil e no Uruguai. A costa argentina foi inundada por esta corrente que os especialistas atribuem à combinação do fenômeno El Niño com outros fatores climáticos da região.

Mais de 560 pessoas foram evacuadas na cidade de Concórdia, devido às inundações causadas pela cheia do rio Uruguai após enchentes ocorridas no estado brasileiro do Rio Grande do Sul.

Dezenas de moradores de Concórdia, localizada na província de Entre Ríos – fronteira com o Uruguai e muito próxima ao sul do Brasil – viajavam em canoas porque nas zonas ribeirinhas da cidade houve um forte crescimento do leito do rio Uruguai. que começa na divisa entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

O governador da província de Entre Ríos, Rogelio Frigerio, onde está localizada a cidade de Concórdia, que sofreu graves danos e onde as tempestades truncaram a atividade comercial e produtiva, disse que aguardam que as previsões de chuva melhorem para fazer frente reconstrução.

“Espero que estejamos no auge da altura do rio [Uruguai], estamos esperando o tempo estar conosco. Estamos muito preocupados com a saúde, aqui com o Ministro da Saúde, distribuindo medicamentos, preocupados principalmente com a litospirose. “Estamos contendo pessoas com a polícia e o exército, distribuindo alimentos num momento muito difícil”, disse o governador.

O responsável disse que os danos causados ​​pelas chuvas ainda não foram quantificados, “mas é evidente que muitas famílias vivem em situações muito precárias”, o que relacionou com o abandono dos governos anteriores.

Ambientalistas exigem obras de mitigação

As associações ambientalistas alegam falta de obras necessárias contra as cheias anteriormente consideradas urgentes para mitigar os efeitos das alterações climáticas.

“Estamos alertando há mais de 20 anos (…) Infelizmente essa enchente é recorrente, não é a mesma que no Brasil, porque o que aconteceu (lá) foi uma tragédia, e aqui é apatia. Há 20 anos alertamos sobre isso e lutamos por uma solução definitiva, que seja uma defesa central. Avançamos muito, mas o projeto, que seria uma solução, foi arquivado”, disse o ambientalista Sebastián Bomtempo.

Os serviços de emergência mobilizados na área incluem bombeiros, polícias, Defesa Civil e voluntários, que trabalham 24 horas por dia para ajudar as vítimas e tentar evitar surtos de doenças endémicas na área, uma preocupação para as autoridades de saúde.

O chefe da Defesa Civil, Orlando Bertoni, disse que a prioridade neste momento é ajudar as vítimas, prevenir doenças oportunistas e distribuir auxílio emergencial às famílias atingidas nesta primeira fase da emergência.

“Foram ventos muito fortes que derrubaram galhos e cabos e deixaram as cidades sem energia elétrica. As fortes chuvas em um curto espaço de tempo deixaram graves inundações em 40 ou 50 minutos, caíram entre 200 e 300 milímetros em um dia, deixando entre 700 e 800 evacuados e auto-evacuadores”, observou Bertoni.