6 de março de 2023

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Petro e sua família

Depois das acusações contra Nicolás Petro, filho do presidente colombiano Gustavo Petro, de receber dinheiro de ex-traficantes para a campanha presidencial do presidente, a comoção política e os esclarecimentos continuam, inclusive dentro da Câmara de Nariño.

O porta-voz do governo e ministro do Interior, Alfonso Prada, disse que desde 2 de fevereiro, quando o presidente soube dos rumores envolvendo seu filho mais velho com supostas relações irregulares, pediu ao conselho de ministros que não tivesse contato com sua família.

"O Presidente Petro deu uma ordem estrita a todos os membros do gabinete de que tenhamos um comportamento duplamente rigoroso com a sua família e que não aceitemos qualquer tipo de tráfico de influência", disse ele.

Da mesma forma, Prada afastou-se das acusações de entregar vagas no governo em troca do dinheiro. O ministro, que à época era chefe de campanha de Gustavo Petro, afirmou que Nicolás Petro "nunca lhe deu um único currículo" e que "não fornece vagas".

"Conheci o Nicolás na campanha, lembrem-se que fui o cabeça do debate. O Nicolás trabalhou lá e acompanhou-me em diferentes palcos. A minha relação com ele é só a esse nível: vê-lo como um dos líderes do [departamento de] Atlântico", disse.

O filho de Petro, que atualmente é deputado pelo departamento do Atlântico, anunciou que se absterá de participar das eleições regionais de outubro na Colômbia e que decidiu afastar-se de iniciativas "até que eu ratifique a minha inocência", segundo um comunicado divulgado através do Twitter.

Ele reiterou sua inocência diante das acusações de sua ex-esposa, Day Vásquez, e destacou que "o dinheiro em questão não vem da máfia, nem da corrupção, nem de nenhuma atividade ilegal".

"Vou corroborar isso no tribunal, conforme apropriado", disse ele, e rejeitou a interferência não autorizada em sua vida pessoal.

No domingo, a revista Cambio publicou uma reportagem revelando que Nicolás Petro vive uma vida luxuosa, em uma cobertura de 2,5 bilhões de pesos (cerca de US$ 522 mil).

“Leva um estilo de vida que não parece corresponder aos seus rendimentos de deputado à Assembleia do Atlântico”, refere o relatório, uma vez que entre os seus movimentos se registam a compra de joias de luxo e levantamentos bancários de grandes somas.

Um extrato bancário de dezembro mostrado pela publicação "confirma que, dessa conta, Nicolás gastou mais de 40 milhões de pesos (cerca de 8.300 dólares) e ainda manteve um saldo de mais de 70 milhões (cerca de 14.600 dólares). Daquela conta saíam pagamentos de arrendamentos ou hipotecas, pagamentos de viaturas ou serviços públicos, e só aparece uma compra de supermercado", refere a revista.

Na sexta-feira, a Procuradoria-Geral da República da Colômbia anunciou que abriu uma investigação contra o filho mais velho do presidente Petro, a pedido do presidente para esclarecer os rumores sobre supostos subornos a narcotraficantes e presos, envolvendo seu filho e seu irmão, em em troca de concessões na política.

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