Agência Brasil

21 de outubro de 2008

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O presidente Brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem (20) à noite, na cidade de São Paulo, que a crise no sistema financeiro poderá trazer novas situações para a economia mundial e para a política americana.

Pode ser que não haja muita diferença ideológica entre democratas e republicanos quando se trata de política externa. Mas, do ponto de vista simbólico, este mundo elegeu duas vezes um torneiro mecânico no Brasil, um índio na Bolívia, um bispo no Paraguai. Os Estados Unidos vão eleger um negro e isso não é pouca coisa. A sociologia terá que ser repensada ou reinventada.

A afirmação foi feita durante evento da revista Carta Capital, que premiou as Empresas Mais Admiradas do Brasil.

De acordo com o presidente, seus críticos continuam torcendo para que a crise chegue ao país. “Ninguém acredita que o país possa passar incólume novamente", disse. Para Lula, o Brasil não corre risco nenhum porque guardou dinheiro e trabalhou muito e honestamente. "Levei seis anos para chegar até aqui com esta economia. Não estamos livres, mas temos agora uma base sólida para enfrentar a crise de cabeça erguida".

Lula afirmou ainda, em seu discurso, que tratará da crise como ela deve ser tratada: "Se tiver problema de liquidez, resolveremos o problema de liquidez. Se for em algum setor, resolveremos o problema do setor".

O presidente garantiu que não faltará "nem R$ 1 para as obras do PAC [o Programa de Aceleração do Crescimento]", pediu aos empresários que continuem "agindo com coragem e não deixem de investir em suas empresas" e ressaltou a importância de fazer negócios com novos parceiros como a China e a África do Sul.

“Vou convencer a GOL e a TAM a criarem vôos para a África. Temos que procurar novos nichos de mercado, novos parceiros para oferecer nossos produtos que os países ricos não querem mais comprar. Vamos fazer de tudo para que, em pleno século 21, países emergentes resolvam a crise provocada por países ricos".

Lula criticou os especuladores do sistema financeiro internacional, afirmando que não "é justo transformar economia séria em um cassino". Ele defendeu a liberdade do sistema, desde que seja com responsabilidade. "Não é certo especular com o dólar", disse.

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