25 de julho de 2024

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O líder de uma das duas facções em guerra do Sudão aceitou um convite do secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, para participar das negociações de paz destinadas a encerrar o devastador conflito de 15 meses no país.

Mohamed Hamdan Dagalo, líder das Forças de Apoio Rápido paramilitares, divulgou um comunicado na noite de terça-feira aceitando o convite de Blinken para participar das negociações a serem realizadas no próximo mês na Suíça.

Até agora, não houve nenhuma palavra das Forças Armadas sudanesas, a outra facção em guerra, sobre se participará das negociações de paz.

Blinken disse em um comunicado divulgado na terça-feira que a Arábia Saudita co-sediará as negociações quando começarem em 14 de agosto, com representantes dos Emirados Árabes Unidos, Egito, União Africana e Nações Unidas participando como observadores.

O Sudão está atolado em uma guerra civil desde abril de 2023, quando eclodiram combates entre os militares sudaneses e as Forças de Apoio Rápido após meses de crescentes tensões sobre o futuro político do país e os planos de integrar as RSF ao exército nacional.

Dezenas de milhares de pessoas foram mortas no conflito e mais de 10 milhões de sudaneses foram deslocados de suas casas. Muitos fugiram para o Chade e outros países vizinhos.

"A escala de morte, sofrimento e destruição no Sudão é devastadora. Este conflito sem sentido deve acabar", disse Blinken no comunicado.

Os confrontos fazem parte de uma luta pelo poder entre o general do Exército Abdel Fattah al-Burhan, que também chefia o conselho de transição do governo do Sudão, e Dagalo, vice-chefe do conselho de transição. Os dois generais uniram forças em outubro de 2021 para derrubar o governo de transição formado após a deposição em 2019 do líder autocrático de longa data Omar al-Bashir.

A reestruturação das forças armadas foi parte de um esforço para restaurar o país ao governo civil e acabar com a crise política.

Os dois lados se envolveram em negociações indiretas em Genebra na semana passada, mediadas por Ramtane Lamamra, enviado pessoal do secretário-geral da ONU, Antonio Gueterres, para o Sudão. Lamamra descreveu as negociações, que se concentraram em medidas para proteger civis e garantir a distribuição de ajuda humanitária, como "encorajadoras".

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