Estados Unidos comemoram libertação de jornalista que expôs corrupção de ex-presidente guatemalteco
22 de outubro de 2024
O subsecretário de Estado dos Estados Unidos para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, saudou a libertação do jornalista guatemalteco José Rubén Zamora, reafirmando o compromisso de Washington em defender a liberdade de imprensa na região.
O governo dos Estados Unidos comemorou nesta terça-feira a libertação do jornalista guatemalteco José Rubén Zamora, que ficou preso por mais de 800 dias sem condenação e que atualmente está em prisão domiciliar enquanto dois processos judiciais contra ele são exibidos.
O subsecretário de Estado dos Estados Unidos para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian A. Nichols, referiu-se ao processo contra Zamora em sua conta na rede social X, onde reiterou que Washington "continuará defendendo em todas as Américas a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão, a transparência e um judiciário independente".
"Nos unimos aos guatemaltecos para celebrar a concessão de prisão domiciliar a José Rubén Zamora após mais de 800 dias de atraso na justiça. Os Estados Unidos continuarão a defender em todas as Américas a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão, a transparência e um judiciário independente", escreveu o funcionário dos Estados Unidos.
Zamora, de 67 anos, foi preso em julho de 2022, após publicar um editorial em seu extinto meio El Periódico, intitulado "A fábula do ogro e do pequeno príncipe que queria tudo", onde descreve uma rede de corrupção no governo do ex-presidente Alejandro Giammattei.
Giammattei governou a Guatemala de 2020 a 2024 e, depois de deixar o poder, foi sancionado pelo governo dos Estados Unidos, que o acusou de "corrupção significativa" durante seu mandato.
O Ministério Público acusou Zamora de lavagem de dinheiro, chantagem, tráfico de influência e obstrução da justiça. Para o primeiro, ele foi condenado em 2023, mas a Câmara de Apelações da Suprema Corte anulou a sentença e ordenou um novo julgamento. Em nenhum dos casos houve uma sentença final.
Um dos chefes do Ministério Público por trás das acusações contra Zamora é Rafael Curruchiche, chefe da unidade do Ministério Público designada para investigar casos de alto impacto e que está na lista de atores corruptos e antidemocráticos do Departamento de Estado dos EUA.
Pelo menos dez advogados renunciaram a assumir a defesa de Zamora, por medo de represálias. Em dois casos, depois de terem sido responsáveis pela defesa do jornalista, os advogados foram notificados das investigações contra ele.
O presidente guatemalteco Bernardo Arévalo, que assumiu o cargo em janeiro, disse que a prisão de Zamora "é um exemplo claro da corrupção e abuso de poder que prevalece na Procuradoria-Geral da República". Arévalo visitou o jornalista em sua casa, onde está em prisão domiciliar.
Fontes
editar- ((es)) EEUU celebra excarcelación de periodista que denunció corrupción de expresidente de Guatemala — VOA, 22 de outubro de 2024
Conforme os termos de uso "todo o material de texto, áudio e vídeo produzido exclusivamente pela Voz da América é de domínio público". A licença não se aplica a materiais de terceiros divulgados pela VOA. |