16 de junho de 2021

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Especialistas angolanos consideram que se o Governo não fizer maiores investimentos no sector do petróleo, o segundo maior produtor de África pode ficar sem reservas para explorar nos próximos nove anos.

Este alerta surge no momento em que se continua à espera do prometida diversificação da economia angolana.

O economista Carlos Padre entende que tanto para a indústria petrolífera quanto para diversificação é preciso que haja investimentos, principalmente no empresariado local, com suporte da banca.

"Só com um sector privado forte é possível diversificar a economia porque do jeito que estamos não vamos a lado nenhum, mesmo no sector petrolífero esta limitação da produção é por falta de investimento no sector", alerta Padre.

Marcia Pita, empresária do sector dos petróleo, entende que a diversificação da economia é a melhor alternativa para equilibrar a balança do país.

“Precisamos de um Estado que dê suporte aos empresários nacionais via a banca, de outro modo a diversificação da economia vai ficar apenas no papel”, alerta Pita, citando “outras realidades em que a banca apoia os seus empresários, aqui não”.

A empresária conta que foi para a indústria da madeira, mas o obstáculo é o mesmo do sector do petróleo, "a banca não apoia projectos de empresários nacionais”.

“Nós queremos ajudar, fazemos de tudo, mas a burocracia atrapalha, eu estou cansada de ver tanta miséria no meu país e, como eu, estão vários colegas com quem converso, os colegas querem ajudar o país, mas continuamos a pagar pelos males do passado", diz.

Entretanto, o especialista em gestão de petróleo e gás Artur Alfredo entende que a diversificação é fundamental mas alerta que o petróleo não deve ficar de lado.

No entanto, diz que “a diversificação é o melhor caminho e acredito que se esteja a fazer só que os resultados não são imediatos, com o tempo vão começar a aparecer”.

Alfredo aponta, por outro lado, “que se deve fazer é desenvolver o que chamamos de conteúdo local dentro da indústria petrolífera para invertermos a tendência de que os suplementos desta indústria venham na maioria de fora e que passemos a faze-los localmente”.

Fontes