17 de abril de 2020

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Sede do FMI em Washington, Estados Unidos

Diante de uma crise econômica e de saúde sem precedentes, a África Subsaariana sofrerá uma contração econômica de 1,6%. Isso é aparente no último relatório sobre as perspectivas econômicas para o continente, divulgado na quarta-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que realiza suas reuniões de primavera nesta semana por videoconferência.

Segundo o relatório, os países ao sul do Saara estão enfrentando três grandes choques: interrupção na produção econômica, recessão global e uma forte queda nos preços dos comódites. O FMI prevê, portanto, que a dívida dos países da África Subsaariana aumentará de 58% em 2019 para 64% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. A instituição financeira com sede em Washington, D.C prevê um retrocesso global de cerca de 3%, um declínio muito pior do que durante a crise financeira de 2007–2008.

O fechamento dos locais de trabalho, a interrupção das cadeias de suprimentos e a redução da força de trabalho devido a doença ou mortes podem ter um efeito profundo na produção. Além disso, o confinamento pode ter efeitos devastadores (por exemplo, insegurança alimentar) em famílias vulneráveis que vivem em condições precárias.

FMI

Em grande parte dependentes de matérias-primas, os países africanos já são atingidos pelo colapso dos preços do petróleo. Na Nigéria, a maior economia ao sul do Saara, espera-se uma contração de 3,4%. Mesmo cenário na África do Sul, onde a atividade econômica já estava em declínio antes do pico da pandemia. Organizações da sociedade civil, alguns países e até o Vaticano, já deram o alarme, pedindo o cancelamento da dívida para os países pobres.

Na segunda-feira, a diretora administrativa do FMI, Kristalina Georgieva, anunciou "alívio imediato da dívida" em cerca de 20 países africanos. "Para todos os países, a prioridade é reduzir o custo humano da crise para o nível mais baixo possível, acelerando a preparação dos sistemas de saúde", sublinha o relatório da instituição.

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