Agência Brasil

26 de novembro de 2014

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O anúncio da decisão do grande júri (composto por nove brancos e três negros) que livrou o oficial da polícia Darren Wilson, que matou o jovem negro (afro-americano) Michael Brown na cidade estado-unidense (ou americana) de Ferguson, no Estado de Missouri, quando foi conhecida a decisão de não avançar com acusação, por não haver provas suficientes para sustentar a imputação ao policial, que matou a tiros o jovem, provocou grande indignação da comunidade negra na cidade de cerca de 20 mil pessoas (cerca de 70% da população) na noite de ontem (terça-feira, 25).

Wilson, um oficial de polícia branco e de 28 anos, disparou seis tiros contra Michael Brown, um jovem negro de 18 anos, no dia 9 de agosto, quando o jovem estava desarmado e sob circunstâncias aún confusas. Na época, a morte do jovem desencadeou fortes distúrbios na cidade, que provocaram saques e destruições nos dias seguintes.

A indignação da comunidade negra na cidade gerou imediato protesto liderado por parentes de Michael Brown que até madrugada de hoje (quarta), os protestos estenderam a 170 cidades em 37 estados norte-americanos, com dezenas de milhares de pessoas saindo às ruas, pela segunda noite consecutiva, quando os manifestantes haviam organizado marchas, bloqueando pontes, túneis e avenidas principais, para exigir justiça.

As grandes cidades de todo o país estavam em alerta diante da possibilidade de distúrbios desde a noite de segunda-feira (24), quando o caso de Ferguson desencadeou uma série de protestos em todo o país, tendo sido registrados episódios violentos, depois que na noite anterior, terem sido registrados incêndios em edifícios, em viaturas, saques e detidas mais de 80 pessoas. Os saques na cidade levou o pessoal da Guarda Nacional a ajudar o Departamento de Polícia de Ferguson, onde centenas de manifestantes gritaram "Não somos seu inimigo" e "Só queremos justiça". Para evitar novos casos violentos durante os protestos em Ferguson, levou à designação ontem (25), mais de 2 mil agentes da Guarda Nacional para a pequena localidade, assim como efetivos de outros corpos das forças de segurança.

As cidades de Washington, Nova York, Los Angeles, Atlanta, Boston, Filadélfia, Oakland e Seattle viveram as concentrações grandes, na noite de ontem e madrugada de hoje, que foram majoritariamente em tons pacíficas, salvo os raros incidentes isolados e algumas detenções. Durante as manifestações em Minneapolis, uma mulher foi atropelada por um carro. The Star Tribune informou que o condutor do automóvel tocou a bocina aos manifestantes antes de golpear a varias pessoas e aparentemente passar com seu veículo sobre as pernas da mulher, que foi hospitalizada por "feridas menores".

Em relação aos eventos, o presidente estado-unidense, Barack Obama, sinalizou que não haverá "nenhuma compaixão por aqueles que destruírem sua própria comunidade". O policial Wilson também falou à CBS sobre a morte do jovem e assegurou que tem a consciência tranquila e que voltaria a atuar da mesma forma.

Fontes