10 de outubro de 2024

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Como mostram as estatísticas recuperadas do Sistema Global de Informações sobre Incêndios Florestais em meados de setembro de 2024, três biomas brasileiros – a floresta amazônica, as zonas úmidas do Pantanal e o Cerrado – registraram 46.101.798 hectares (113.920.020 acres) queimados, o equivalente a cerca de 46,1 milhões de campos de futebol.

Os primeiros oito meses de 2024 marcaram o pior ano para incêndios na Amazônia desde 2005, enquanto São Paulo, a maior cidade da América Latina, registrou a pior qualidade do ar entre as grandes cidades do mundo durante cinco dias consecutivos em setembro. A região de Brasília, no Distrito Federal, atingiu mais de 163 dias sem chuva neste dia 3 de outubro, igualando o recorde de 61 anos, e 3 mil focos de incêndio somente em setembro.

Enquanto algumas regiões lutavam para combater os incêndios que se espalhavam, com falta de bombeiros e recursos, outras foram cobertas pela fumaça que percorria o território nacional.

Organizações como a WWF e a Greenpeace afirmam que a seca pode ajudar a espalhar os incêndios, mas não explica necessariamente a sua origem, que é provavelmente causada pelos seres humanos. Com 85 inquéritos policiais instaurados até o momento, as investigações apontam crimes ambientais em algumas regiões, segundo o governo federal.

Um sistema de monitoramento iniciado em 2019 pelo MapBiomas, com cooperação técnica estabelecida por meio do Google Earth, aponta que 70% da área queimada no Brasil este ano foi de vegetação nativa. Os dados são do Monitor de Incêndios.

11 milhões de pessoas afetadas

Só em Agosto registou-se quase metade dos incêndios florestais do ano. O fogo atingiu pastagens e pastagens utilizadas para fins agrícolas.

Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Tocantins, Amazonas e São Paulo, localizados nas regiões Centro-Oeste, Norte e Sudeste, foram os estados com maior número de focos de incêndio registrados em agosto.

A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) estima que 11 milhões de pessoas foram diretamente afetadas pelos incêndios florestais. As perdas económicas atingiram pelo menos 1,1 mil milhões de reais (cerca de 203 milhões de dólares americanos), segundo o seu relatório.

Pior qualidade do ar do mundo

Por volta das 10h do dia 9 de setembro de 2024, São Paulo liderava o ranking entre as 120 grandes cidades com a pior qualidade do ar do mundo. A cidade registrou qualidade do ar ruim e muito ruim em diversas de suas regiões.

O site suíço IQAir, que calcula o índice, deu à cidade de São Paulo nota 160. Segundo o site, em uma escala de 0 a 50, a avaliação é boa; em uma escala de 151 a 200, é considerado prejudicial à saúde. Os principais motivos para São Paulo atingir esse número foram as altas temperaturas, a baixa umidade relativa e a fumaça das queimadas.

Fontes

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