9 de fevereiro de 2025
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O embaixador dos Estados Unidos em Moçambique, Peter Vrooman, avisou ao governo Trump que os programas estadunidenses de ajuda no país serão alvo de “grande vulnerabilidade” de fraude e abusos, caso os trabalhadores da Agência dos Estados Unidos de Desenvolvimento Internacional (USAID) sejam retirados do país como programado.
Milhões de moçambicanos dependem de medicamentos apara HIV-AIDS e tuberculose e a USAID apoiava ao 40 programas humanitários no país.
O jornal New York Times reportou que Vrooman enviou uma mensagem urgente ao secretário de Estado, Marco Rubio, em que afirma que a saída dos empregados da agência irá deixar na incerteza 114 programas de ajuda e 225 trabalhadores de escalão inferior, provavelmente cidadãos moçambicanos, que “vão todos requerer administração e supervisão”. O embaixador disse que a retirada dos funcionários estadunidenses “tornará impossível ao governo estadunidense administrar de modo correto 1,5 mil milhões de dólares em programas de ajuda, muitos dos quais são ajuda humanitária que salva vidas”.
O New York Times diz que a mensagem “traça um desenho de caos prestes a acontecer na missão diplomática dos Estados Unidos e em cidadãos vulneráveis devido à partido iminente de trabalhadores de ajuda com experiência, muitos dos quais são funcionários do serviço diplomático (Foreign Service) com muitos anos ou décadas de serviço”. “Como resultado não estamos capazes de assegurar proteções suficientes, procedimentos e administração para impedir a fraude, o desperdício, abuso e má administração”, acrescentiu Vrooman na mensagem enviada a Rubio.
Ainda na carta, o embaixador teria pedido a Rubio para permitir que cinco funcionários da agência sejam isentos da partida obrigatória “para completarem os controlos de propriedades e administração e terminarem operações , se assim for decidido, de modo que se proteja os interesses dos Estados Unidos e se minimizem responsabilidades legais”. Peter Vrooman, segundo o jornal, solicitou também a isenção para oito funcionários ligados a programas de ajuda humanitária de caráter humano vital para que eles possam continuar a funcionar.
O jornal não disse como teve acesso à mensagem, mas afirmou que outros diplomatas estadunidenses através de África estão a enviar mensagens semelhantes a Rubio “num esforço raro de coordenação” entre eles.
A mensagem segue-se à decisão da Administração Trump de suspender os trabalhos da USAID colocando todos os seus trabalhadores so redor do mundo em férias administrativas e que todos os empregados da USAID no estrangeiro devem regressar ao país dentro de 30 dias.
Essas ordens foram temporariamente suspensas por um juiz, depois de trabalhadores da agência terem pedido ao tribunal uma medida de emergência afirmando que a decisão do governo é inconstitucional e irá causa uma “crise humanitária global”. A ordem temporária do juíz é válida até 14 de Fevereiro devendo até lá serem ouvidas as partes para uma decisão definitiva.
O governo moçambicano disse no dia 07 passado ter iniciado um diálogo com a representação diplomática dos Estados Unidos para tentar reverter a decisão de suspender a ajuda internacional e o porta-voz do Executivo reconheceu que “a decisão tomada pelos Estados Unidos da América (…) tem impacto em Moçambique, pois este financiamento é essencial para a manutenção de programas estratégicos e prioritários, nas áreas de “tuberculose, HIV-AIDS, planejamento familiar, fortalecimento da cadeia de abastecimento de medicamentos, entre outros”.
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editarFontes
editar- Embaixador americano em Moçambique avisa para caos se USAID retirar seus funcionários — VOA Português, 9 de fevereiro de 2025
- Governo moçambicano diz estar em diálogo com os EUA sobre o corte das ajudas — VOA Português, 7 de fevereiro de 2025
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