4 de março de 2021

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Os documentos recentemente publicados pelo governo estadunidense revelam que os Estados Unidos tinham “um nível muito baixo de informação” sobre o que se passava em Angola em 1975, disse o economista e historiador angolano Jonuel Gonçalves que durante esse período ocupou uma posição no Estado angolano.

Gonçalves afirma que os documentos, envolvendo as relações dos Estados Unidos com Portugal nesse período, revelam a evidente preocupação na guerra fria com a União Soviética e a ascenção do MPLA ao poder.

“O que me surpreendeu foi o nível muito baixo de informação dos Estados Unido sobre a situação em Angola”, disse o economista que por outro lado fez notar que “a neutralidade que os norte-americanos pedem dos portugueses em relação aos movimentos de libertação é algo que eles próprios não estão a praticar”.

Quanto ao fato dos documentos revelarem indignação norte-americana perante a aceitação portuguesa de ajuda militar dos países comunistas ao MPLA, Gonçalves disse que a chegada do material não era segredo.

“Toda a gente sabia, estava à vista”, disse acrescentando que material de guerra chegava no entanto não só para o MPLA.

O economista angolano não se mostrou surpreendido pela revelação feita nos documentos que o então ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Melo Antunes, tinha informado o Presidente americano Gerald Ford, um mês antes da independência de Angola que este país ia “cair no caos económico e administrativo”.

Jonuel Gonçalves disse ser de opinião que essa avaliação era aquela do ministro da economia no governo de transição de Angola, o economista português, Vasco Vieira de Almeida.

Com a saída dos portugueses em massa era inevitável o colapso económico, disse.

Fontes