7 de junho de 2025
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"A Casa Branca propôs um aumento de gastos no desenvolvimento de bombas nucleares, algo inédito desde a Guerra Fria", afirma o Grupo de Estudos de Los Alamos em um relatório.
O grupo ativista pelo desarmamento nuclear baseou suas conclusões em um suplemento técnico ao orçamento para o próximo ano fiscal, bem como em depoimentos de vários altos funcionários do Congresso divulgados no final do mês passado.
Em um comunicado à imprensa na quarta-feira, o grupo estimou que o governo do presidente Donald Trump está buscando US$ 4,782 bilhões para a parcela de "Atividades de Armas" do orçamento da Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA). Esta última é a principal fonte de recursos para o desenvolvimento, construção e modernização de ogivas e bombas nucleares dos EUA.
De acordo com os ativistas, US$ 1,884 bilhão adicionais foram alocados à NNSA no ano fiscal de 2025 para cobrir os danos causados às suas instalações por dois furacões. No entanto, esse valor, que aparentemente ainda não foi gasto, não foi contabilizado nos detalhes do orçamento em análise.
O Grupo de Estudos de Los Alamos alegou que, se esse financiamento emergencial for excluído, o orçamento para ogivas proposto pela Casa Branca para 2026 representaria um aumento anual de 25% – o maior aumento desde a Crise dos Mísseis de Cuba, em 1962.
Se o valor de US$ 1,884 bilhão em questão for incluído, o aumento anual seria de 17% – um nível não visto desde 1982.
A proposta de aumento de gastos deverá ser submetida a votação no Congresso ainda este ano.
Em meados de maio, o Secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, anunciou que a NNSA havia concluído a fabricação da primeira bomba de gravidade B61-13, cerca de um ano antes do previsto. Trata-se da modificação mais recente da família de bombas nucleares B61, a mais antiga entre os principais elementos do componente aéreo da tríade nuclear dos EUA. Ela está em produção desde 1968.
A ogiva é equipada com componentes eletrônicos e recursos de controle mais recentes, como um kit de cauda, que a transforma efetivamente em uma munição guiada. Seu poder máximo é estimado em aproximadamente 360 quilotons – 24 vezes o da bomba lançada pelos EUA em Hiroshima.
Se e quando for comissionada, a B61-13 emergirá como uma das bombas nucleares de gravidade mais poderosas do arsenal dos EUA. Diversos veículos de comunicação, citando autoridades não identificadas, relataram anteriormente que seu poder destrutivo a tornaria a arma preferida para atingir instalações subterrâneas de comando e controle.
Enquanto isso, mais seis novas modificações da família de bombas B61 estão sendo desenvolvidas.
Fontes
editar- ((en)) Ehsan Ghasri. US on track for biggest nuclear weapons spending hike since Cold War: Report — IFP Media Wire, 7 de junho de 2025