Agência Brasil

29 de setembro de 2015

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A presidenta Dilma Rousseff continua nesta terça-feira (29) as conversas para definir a reforma administrativa. Nesta manhã, ela recebeu o vice-presidente Michel Temer, que é também presidente do PMDB. Ao ser chamado por Dilma, Temer reforçou posição manifestada anteriormente de que não faria indicações em nome do partido para que a presidenta pudesse fazer as escolhas que considerasse mais adequadas.

O encontro ocorreu no gabinete da presidenta no Palácio do Planalto e durou cerca de 30 minutos. Também de manhã, Dilma recebeu o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, que vem atuando na articulação política do governo e é cotado para continuar na função após a reforma administrativa. A presidenta deixou, há pouco, o Palácio da Alvorada, onde não tinha agenda oficial, e seguiu para o Planalto.

Na semana passada, a presidenta se reuniu com líderes de vários partidos antes de viajar para Nova York, onde participou da Assembleia Geral das Nações Unidas. A promessa feita pelo governo no mês passado foi de cortar, até o fim de setembro, dez dos atuais 39 ministérios.

Para a nova composição, Temer já havia sido consultado anteriormente, mas preferiu não indicar nomes, tarefa que coube aos líderes do PMDB na Câmara dos Deputados e no Senado. Ontem (28), ele disse que o "PMDB é muito grande" e que não cabe todo mundo no governo, mas que a representação do partido será definida pela presidenta.

Encontro

O presidente da República em exercício, Michel Temer, disse hoje (28) que o PMDB terá "representação" na nova composição ministerial, mas quem vai decidir o assunto será a presidenta Dilma Rousseff, que retorna esta noite ao Brasil, após participar da Assembleia Geral das Nações Unidas e da Cúpula sobre Desenvolvimento Sustentável, em Nova York.

Temer conversou há pouco com a imprensa, ao sair do gabinete da Vice-Presidência da República, no Palácio do Planalto. Questionado se "cabe todo mundo" do PMDB no governo, o vice respondeu: "Todo mundo não, porque o PMDB é muito grande. Na verdade, haverá representação de todos. A presidente é que está decidindo isso. Vai decidir da melhor maneira", disse Temer, que é presidente nacional do partido.

O vice-presidente disse que não manteve contato com Dilma nos dias em que ela esteve nos Estados Unidos. "Não conversei nada", afirmou.

Temer disse que recebeu telefonema do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, após reportagem publicada nesta segunda-feira (28) pelo jornal Folha de S.Paulo, sobre a tentativa do ministro de recriar o Partido Liberal.

A estratégia de Kassab, segundo o jornal, seria adiar a sanção da lei para que ele pudesse articular a migração de parlamentares para o PL, caso a criação do partido seja aprovada nesta semana pelo Tribunal Superior Eleitoral. De acordo com a matéria, o ministro estaria atuando para formar um bloco governista no Congresso Nacional para rivalizar com o PMDB e esvaziar o movimento pró-impeachment.

"Houve uma notícia e ele disse que não tem nada a ver com aquilo, que o objetivo não é esse. O objetivo é de colaborar com o governo, simplesmente isso. Acho que esta é a intenção verdadeira do ministro Kassab", disse Temer.

Mais cedo, a Casa Civil da Presidência da República divulgou nota sobre o assunto, na qual confirma que "o presidente licenciado do PSD, ministro Gilberto Kassab, apresentou pelo partido razões jurídicas para um veto relacionado à fidelidade partidária". De acordo com um trecho do projeto de lei aprovado pelos congressistas, o candidato que desejar concorrer a eleições deverá estar com a filiação deferida pelo partido no mínimo seis meses antes da data da eleição.

Segundo a nota, os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e das Comunicações, Ricardo Berzoini, que estão atuando na articulação política do governo, lembram que o prazo para sanção do projeto da minirreforma eleitoral termina nesta quarta-feira (30).

O item que discorre sobre financiamento empresarial de campanha também foi objeto de um pedido de veto, de acordo com os ministros, já que há "conflito manifesto" com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), do último dia 17 de setembro, de proibir a prática.

Fontes