22 de outubro de 2020

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Morreu ontem no Rio de Janeiro, de Covid-19, o médico João Pedro Feitosa. Ele tinha 28 anos e participava, como voluntário, dos testes da vacina de Oxford no Brasil.

No entanto, ele não era do grupo que tomou o medicamento experimental, mas sim do grupo que tomava placebo para fins de comparação dos dados do estudo. Inicialmente, ontem à tarde, nas redes sociais especulou-se que ele havia morrido [mesmo] após ter tomado o imunizante.

Vacinas em teste no Brasil

Além da Vacina de Oxford, chamada ChAdOx-1 ou AZD1222, também estão em teste no Brasil a "vacina chinesa", chamada Coronavac, e uma vacina da Johnson & Johnson.

O grupo do placebo

Num experimento com um novo medicamento, os voluntários são geralmente separados em dois grupos: os que tomam o remédio em teste e os que tomam placebo [o chamado grupo de controle]. O objetivo desta dinâmica é verificar quantas pessoas tiveram efeitos positivos com e sem o uso do medicamento que está sendo testado.

Estudos indicam que cerca de 33% das pessoas melhoram de doenças mesmo que tomem placebo, o que indica que em muitos há fatores de fundo psicológico envolvidos. "Pacientes com dor crônica, assim como doenças em que a dor é um dos sintomas associados, como câncer e depressão, são as que mais se beneficiam do uso de placebo. Doenças comumente relacionadas a causas emocionais, como alergias, síndrome do intestino irritável e fobias diversas, também", escreveu a jornalista Márcia Di Domenico em matéria do UOL em 2019.

A eficácia das vacinas

No caso das vacinas anti-Covid, os profissionais esperam que neste primeiro momento elas tenham uma eficácia entre 50 a 70%, o que significa dizer que entre 30 e 50 pessoas entre cada 100 que tomarem a vacina poderão não ficar imunizadas - e este poderia ter sido o caso do médico, se ele tivesse tomado a dose experimental. Especialistas também indicam que num prazo 1 a 3 anos uma nova geração de vacinas para prevenir Covid poderá estar em desenvolvimento, usando tecnologias mais avançadas e que terão, por isto, uma eficácia maior.

Sobre a eficácia das vacinas em geral, nenhuma delas alcança o nível de 100%, por diversos fatores, incluindo o que os profissionais chamam de "resposta idiossincrática", quando, por um motivo desconhecido, o corpo de uma pessoa não gera anticorpos mesmo depois de vacinada. No entanto, o nível de ineficácia costuma ser muito pequeno, se comparado à resposta positiva dos programas de vacinação, que em vários países erradicaram doenças como sarampo e poliomelite.


Referências

Fontes