3 de dezembro de 2024
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O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, que havia decretado Lei Marcial em todo país hoje, recuou da ação que opositores e analistas chamaram de "tentativa de golpe de estado".
Ele tomou a decisão depois de todos os membros do Parlamento que se reuniram numa sessão urgente, tanto opositores como apoiadores, votarem contra o decreto.
Manifestantes também tomaram as ruas de Seul e outras cidades importantes e chegaram a entrar em confronto com a polícia, inclusive do lado de fora da Assembleia Nacional. Eles exigiram a revogação da lei marcial.
A ação também havia chamado atenção da imprensa estrangeira e de autoridades internacionais, inclusive dos Estados Unidos, onde o representante do Conselho de Segurança Nacional declarou que estava monitorando a situação.
A ação do Parlamento
O presidente da Parlamento, Woo Won-shik, convocou todos os parlamentares para se reunirem na Assembleia Nacional. A filial de Incheon do Partido Democrático criticou a ação, classificando-a como o início de uma "era da ditadura de Yoon". Parlamentares contornaram as barricadas policiais para entrar na Assembleia Nacional. Lee Seong-yoon, do Partido Democrático, relatou que escalou uma cerca de 1,5 m para ter acesso.
Em 4 de dezembro de 2024, às 0h48 (horário padrão da Coreia), a Assembleia Nacional iniciou uma sessão de emergência. Por volta de 1h da manhã, com 190 dos 300 parlamentares presentes, a Assembleia Nacional votou unanimemente pelo fim da lei marcial. Os que votaram pelo fim incluíram 172 deputados da oposição e 18 outros do PPP. De acordo com o Artigo 77 da Constituição da República da Coreia, o presidente deve acatar a decisão da Assembleia Nacional de encerrar a lei marcial. Após a votação, Won-shik pediu que os militares deixassem a o prédio, enquanto Lee Jae-myung declarou que o Partido Democrático permaneceria na Assembleia até que o presidente revogasse o decreto. Membros do PPP também se juntaram a eles.
Após a votação, alguns soldados começaram a se retirar, com o gabinete do presidente da Assembleia confirmando posteriormente que eles haviam deixado o local por completo. Outros começaram a afastar a multidão de manifestantes, que somava cerca de 2.000 pessoas. Os manifestantes também começaram a exigir a prisão e o impeachment de Yoon. Lee Jae-myung afirmou que a declaração da lei marcial foi feita sem a aprovação do gabinete e que os membros das forças de segurança que continuavam a seguir as ordens da lei marcial de Yoon estavam cometendo "um ato ilegal". O ministério da defesa declarou que a lei marcial permaneceria em vigor até ser encerrada pelo presidente.
Notícias Relacionadas
editarFontes
editar- Lei marcial na Coreia do Sul: Presidente recua e diz que vai revogar decreto — G1, 3 de dezembro de 2024
- Presidente da Coreia do Sul acata Parlamento e decide suspender Lei Marcial — CNN, 3 de dezembro de 2024