Agência Brasil

18 de dezembro de 2009

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Ao participar de cerimônia no último dia da 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (18) que está “um pouco frustrado” com o rumo das negociações para um acordo global em Copenhague (Dinamarca).


'Gostaria de sair com o documento mais perfeito do mundo mas, se não conseguimos fazer até agora esse documento, não sei se algum sábio ou anjo descerá nesse plenário e conseguirá colocar na nossa cabeça a inteligência que nos faltou'

—Luiz Inácio Lula da Silva

No discurso, Lula anunciou que o Brasil poderá contribuir para um fundo internacional que financie medidas para a redução de gases de efeito estufa em países pobres. “Se for necessário o Brasil fazer um sacrifício a mais, estamos dispostos a participar do financiamento”, disse.

Ele voltou a elogiar a proposta apresentada pela delegação brasileira em Copenhague, destacando que apenas “com meias palavras e com barganhas” não se é possível encontrar uma solução para as alterações climáticas.


'Quando pensarmos no dinheiro, não pensemos que estamos fazendo um favor, que estamos dando uma esmola. Porque o dinheiro que vai ser colocado na mesa é o pagamento das emissões de gases de efeito estufa de dois séculos de quem teve o privilégio de se industrializar primeiro'

—Lula

Já o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que é preciso chegar a um acordo contra o aquecimento global, ainda que o documento não seja perfeito.

“Seremos todos mais fortes e estaremos mais seguros se agirmos juntos”, disse durante o encerramento do encontro. Ele reforçou o compromisso norte-americano de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 17% até 2020 e em mais de 80% até 2050.

No discurso, Obama pediu transparência e cobrou mecanismos de controle capazes de conferir se as metas de redução anunciadas em Copenhague (Dinamarca) serão cumpridas. Ele defendeu ainda o financiamento a países em desenvolvimento para que eles se adaptem às mudanças climáticas.

“Mitigação, transparência e financiamento”, disse o presidente norte-americano, ao se referir à uma espécie de “fórmula certa” que envolva princípios comuns, mas responsabilidades diferenciadas de cada país. “Não temos tempo a perder. Os Estados Unidos já fizeram sua escolha, fizemos nossos comprometimentos e faremos o que estamos dizendo aqui”, acrescentou.

Obama chegou hoje a Copenhague (Dinamarca) após alterar sua agenda para tentar chegar a um acordo de última hora contra o aquecimento global. No início do último dia do evento, alguns delegados culpavam os Estados Unidos e a China pela falta de consenso para um acordo político.

O porta-voz do presidente norte-americano, Robert Gibbs, afirmou que o líder se reuniu com dirigentes políticos de países ricos como a Austrália, Reino Unido, França e Alemanha, e de países em desenvolvimento como a Etiópia, Bangladesh e Colômbia. China e Rússia, participantes-chave nas negociações sobre alterações climáticas, também se reuniram com Obama.

Por sua vez, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou que as negociações na COP-15 estão “tensas” e com poucos avanços. As informações são da agência portuguesa Lusa. Após reunir-se com o presidente Obama, Sarkozy disse ainda que parte do atraso nas negociações tem sido provocada pela China. Ele acrescentou que toda a Europa está “unida” e que África e Estados Unidos também compartilham posições similares.

Fontes