16 de agosto de 2024

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A corrupção é uma das razões do contrabando de recursos naturais causando enormes prejuízos a Angola, disseram especialistas angolanos.

O governo angolano aliás mostra-se preocupado com o tráfico e contrabando de recursos naturais, destacando que essas atividades ilícitas vão causando ao país prejuízos significativos. A gravidade do problema é agravada pela falta de vigilância eficaz nas fronteiras, o que facilita a saída ilegal de recursos valiosos.

O economista Estevão Gomes afirma que a preocupação do governo angolano é legítima, mas atribui a responsabilidade aos órgãos que supervisionam as fronteiras.

Segundo Gomes, o país tem sofrido grandes perdas de recursos naturais, como petróleo, diamantes, ouro, cobre e muitos outros.

“Apesar das nossas fronteiras serem frágeis, as nossas fronteiras não terem meios, o pessoal da fronteira não terem muito treinamento para lidar com essas situações, eu aponto também, um dos pontos importantes é mesmo a própria corrupção.”, disse.

Gomes acrescenta que a corrupção se infiltrou nos postos fronteiriços do país, comprometendo a sua eficácia.

“Nós sabemos que grande parte dos postos fronteiriços tornou-se um negócio muito rentável a nível daqui do nosso país, que os próprios fiscais fronteiriços, os próprios órgãos da fronteira facilitam, às vezes, a entrada de camiões a troco de favores financeiros”, disse.

Outro economista, Faustino Mumbica, alerta que o contrabando em Angola está atingindo proporções alarmantes e que o combate a esse problema se torna cada vez mais difícil devido ao envolvimento de altos funcionários do governo central.

“O contrabando está a tomar proporções alarmantes e o seu combate torna-se difícil porque ele tem a conivência dos principais servidores públicos do alto escalão porque só assim é que se compreende que ele seja, sobretudo, materializado por expatriados que violam as nossas fronteiras”, disse.

Mumbica ressalta que, além dos prejuízos económicos e sociais, há também a ameaça à estabilidade democrática, com o risco de alterações na matriz sociocultural do país.

“Primeiro era preciso, diríamos que, organizar sobretudo a administração do Estado. E atualmente, como sabeis, a administração do Estado está muito mais voltada para se apresentar como emprego dos administradores, dos governadores e dos ministros e não como um serviço que está para organizar o território, servir os cidadãos e por via disso os próprios cidadãos também participarem no controlo do território.” disse Mumbica.

Para um combate sério e eficaz, o especialista defende que é necessário uma reorganização profunda da administração pública.

Entretanto, o Secretário de Estado de Petróleo e Gás, José Alexandre Barroso, confirmou esta semana, que o tráfico de recursos naturais prejudica a economia nacional e que as autoridades intensificarão a luta contra o contrabando com base em uma nova lei recentemente aprovada.

Fontes

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