18 de março de 2021

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Produtores rurais querem garantir que o leilão de 5G no Brasil seja uma oportunidade de ampliar a baixa conectividade da área rural. Diretor de Inovação da Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Cléber Soares afirmou que hoje apenas 23% da área rural brasileira tem algum nível de conectividade e chamou atenção para o impacto que a conectividade poderia ter sobre o valor da produção agropecuária brasileira, estimada em R$ 1 trilhão para 2021.

“Se dobrarmos a conectividade no campo no território brasileiro, o impacto será em torno de 6.3% sobre o valor bruto da produção agrícola brasileira. Se chegarmos a 80% de conectividade no espaço agrícola brasileiro - não estou considerando nem 5G, mas 4G, 3G ou mesmo 2G - isso representa um impacto sobre o valor bruto da produção agrocpecuária brasileira de 10,2%”, disse.

O assunto foi debatido em audiência pública realizada pelo grupo de trabalho da Câmara dos Deputados que acompanha a implantação da tecnologia 5G no Brasil, nesta quinta-feira (18). O deputado Vitor Lippi (PSDB-SP), que pediu a audiência, concorda que a conectividade pode aumentar a produtividade no campo. “Embora estejamos falando sobre 5G, aproveitando o leilão, queremos abordar como ampliar a conectividade do campo também por meio de outros programas”, esclareceu.

Compromissos das empresas

O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Leonardo Euler, lembrou que a Anatel está “em vias” de realizar o leilão do 5G, cujo edital já foi aprovado pela agência. Ele esclareceu que, neste leilão, serão licitadas diversas faixas de radiofrequência para aprimorar os serviços de telecomunicações tanto de quinta geração (5G) quanto de 4G, incluindo a faixa de 700MHz, considerada ideal para a conectividade na área rural. O edital também prevê compromissos de investimentos da empresa, inclusive a ampliação da cobertura de 4G em pequenas localidades e a conectividade em rodovias.

De acordo com o presidente da Anatel, mais de 90% dos municípios e da população brasileira têm cobertura 4G, mas a cobertura é centrada nos municípios-sede. Entre 12 e 14 mil localidades não-sede, como vilas e povoados, estão hoje sem nenhum tipo de cobertura celular, nem mesmo de primeira geração. O edital deve contemplar a cobertura de 8 mil localidades. Entre os estados com menores percentuais de população coberta, estão estados do Nordeste, como Maranhão e Piauí.

Fontes