Ciclone subtropical no sul das Américas é nomeado Yakecan e esgota lista de nomes; duas mortes já estão associadas ao sistema e escolas foram fechadas

17 de maio de 2022

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O Yakecan hoje (NASA)

Um ciclone subtropical (começou sendo extratropical) que desde sexta-feira tem chamado a atenção de meteorologistas do mundo todo por seu comportamento atípico, já que, invés de se dissipar no Atlântico, como é comum, voltou a se encurvar para sudeste e, girando para oeste, lançar seus ventos sobre a costa do Uruguai e Rio Grande do Sul - com a possibilidade de tocar solo entre o final desta tarde e a manhã de amanhã próximo à Lagoa dos Patos - já recebeu um nome: Yakecan, que significa "o som do céu".

A nomeação foi feitaela Marinha do Brasil, que usou o próximo nome da lista de nomeação de ciclones no Atlântico Sul. Os nomes, de origem indígena, são organizados por ordem alfabética e os anteriores usados foram: Arani (tempo furioso), Bapo (chocalho), Cari (homem branco), Deni (tribo indígena), Eçaí (olho pequeno), Guará (lobo do cerrado), Iba (ruim), Jaguar (lobo), Kurumí (menino), Mani (deusa indígena), Oquira (broto de folhagem), Potira (flor), Raoni (grande guerreiro) e Ubá (canoa indígena).

Yakecan era o último nome da lista, que agora deverá ser refeita pela Marinha brasileira, responsável por dar nomes aos ciclones subtropicais e tropicais no Atlântico Sul.

Ontem, a Marinha havia emitido uma nota, na qual explicava: "em colaboração com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o Centro Integrado de Meteorologia Aeronáutica da Força Aérea Brasileira (CIMAER/FAB), Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE), o Servicio Meteorologico Nacional (SMN) da Argentina e o International Desk do National Oceanographic and Atmospheric Administration (NOAA) informa que na noite do dia 16 de maio poderá ocorrer a formação de um ciclone subtropical, em alto-mar, na posição 38°S 045°W, aproximadamente a 485 milhas náuticas (900 km) a sudeste da costa do estado do Rio Grande do Sul. O sistema será classificado como Tempestade Subtropical, sendo atribuído o nome 'Yakecan' (...)".

A nomeação, como é convenção mundial, acontece sempre que os ciclones alcançam ventos sustentados, em terra, de 60-65km/h.

Esta tarde, segundo o Inumet do Uruguai, já houve rajadas de 98km/h em Rocha e Punta del Este.

Mortes

Um jovem de 24 anos morreu ontem no Uruguai quando o vento associado ao sistema derrubou uma árvore, que atingiu a casa da vítima. Já no Rio Grande do Sul, esta manhã um pescador desapareceu nas águas do rio Guaíba após seu barco virar.

Havia alertas, há três dias, de que o ciclone causaria forte agitação marítima, com ondas que poderiam chegar a 5 metros de altura, e que embarcações de pequeno e médio porte não deveriam navegar.

Escolas fechadas

O governo do Uruguai anunciou ontem que as escolas dos departamentos de Maldonado e Rocha não seriam abertas hoje. Segundo a imprensa do país, até o meio desta tarde, 39 ocorrências haviam sido atendidas pelos bombeiros, a maioria envolvendo queda de árvores, 16 mil pessoas estavam sem luz.

Escolas também foram fechadas em cidades do Rio Grande do Sul, principalmente na região perto da Lagoa dos Patos. Não há aulas em Pelotas, Pedro Osório, Pinheiro Machado, Arroio do Padre, Canguçu, Cerrito, Capão do Leão, Jaguarão, Herval, Morro Redondo, Piratini, Pedras Altas, Rio Grande e Turuçu. Universidades em Pelotas e Rio Grande também não abrirão as portas.

Porto Alegre também anunciou que não haverá aulas hoje e amanhã.

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Fontes