Ciclone Raoni, que ajudou a derrubar as temperaturas no Sul, causa debate entre meteorologistas: é tropical, subtropical ou extratropical?

30 de junho de 2021

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O Raoni ontem

Segundo a Metsul, serviço especializado em meteorologia, o ciclone Raoni provocou um debate entre meteorologistas de todo mundo ontem. Inicialmente classificado como um ciclone extratropical, ontem os especialistas do NOAA afirmaram que ele é um ciclone tropical, enquanto a Marinha do Brasil e posteriormente o Met Office do Reino Unido o classificaram como subtropical.

Hoje, o Centro de Hidrografia da Marinha do Brasil, que é o órgão responsável por nomear tormentas (subtropicais ou tropicais) que se formam ou entram em águas brasileiras, manteve a classificação de "tempestade subtropical" para Raoni numa carta sinótica divulgada de madrugada.

Com algumas características de um furacão, ele não oferece perigo, afirma a Metsul, uma vez que é esperado que o fenômeno se afaste mar adentro, sem tocar terra.

Alguns dados que deixaram os meteorologistas espantados

  • a formação de um ciclone tropical em pleno mês de junho, em latitudes tão ao Sul, em meio a uma poderosa onda de frio, não é comum;
  • o ciclone se separou da frente fria, com a qual vinha conectado, e passou a se deslocar independente da trajetória do sistema frontal;
  • o Raoni ganhou organização e passou a apresentar convecção ao redor do seu centro de circulação;
  • o sistema formou um olho.

Onda de frio com neve

Ontem, como anteontem, fez muito frio no Sul da América do Sul, e a sensação térmica foi pior devido ao vento provocado pelo Raoni, cujas rajadas chegaram, em Porto Alegre, a cerca de 100km/h.

No estado nevou em diversas cidades esta semana, inclusive em Canela, Gramado e São José dos Ausentes, uma das cidades mais frias do Sul do Brasil.

Tampouco Santa Catarina escapou da nevasca, com mais de 30 cidade registrando o fenômeno ontem, incluindo Bom Jardim da Serra, que teve a mínima do ano no país até agora: -7,5ºC .

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Fontes