17 de maio de 2021

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Por RBA

A direita sai derrotada da eleição Constituinte do Chile neste fim de semana. Os 96,2% dos votos apurados até a madrugada desta segunda (17) mostram que as duas frentes que aglutinam os candidatos da esquerda devem ficar com 52 assentos, seguida pelos candidatos independentes, que alcançaram juntos 48 cadeiras. Já a lista unificada da direita obteve 38. Há ainda 17 assentos reservados a representantes de povos indígenas.

Esses números da eleição Constituinte foram divulgados pela DW Brasil. “A esquerda e chapas independentes, formadas por cidadãos que não são ligados a partidos políticos, devem garantir a maioria dos 155 assentos na Assembleia Constituinte, que irá redigir uma nova Carta Magna para substituir a atual, em vigor desde a ditadura de Augusto Pinochet”, informa a agência.

O Chile encerrou neste domingo (16) um fim de semana histórico, com as mais importantes eleições desde 1970, quando foi eleito Salvador Allende, deposto por um golpe sangrento três anos depois. Os 14,9 milhões de chilenos aptos a votar elegeram, pela primeira vez, os governadores das 16 regiões administrativas do país – antes indicados pela presidência da República –, além de prefeitos e vereadores.

E superaram, ainda, o legado de Augusto Pinochet ao eleger os 155 integrantes da Convenção Constituinte. A atual Carta Magna, de 1980, foi produto do regime neoliberal ditatorial liderado pelo general golpista. A assembleia constituinte é resultado de uma forte mobilização social na última década que culminou com as gigantescas manifestações populares de 2019.

Os resultados que apontam a vitória das forças progressistas e independentes no Chile surpreenderam porque são o contrário do que previam as pesquisas. Os candidatos independentes ainda demarcam uma conquista inédita porque o sistema de contagem proporcional privilegia as grandes siglas políticas.

Independentes

“Os independentes são sobretudo pessoas ligadas a diversas áreas sociais, como educação, justiça social, meio ambiente e feminismo. São figuras de fora da política que buscam canalizar as exigências dos cidadãos na crise social de 2019, e seu surgimento é visto por muitos especialistas como o início de um novo modelo de política cidadã e a certidão de óbito dos desacreditados partidos tradicionais. Muitos deles deverão se unir à esquerda para aprovar as leis da nova Constituição”, informa a DW Brasil.

“Nestas eleições, os cidadãos enviaram uma mensagem clara e forte ao governo e também a todas as forças políticas tradicionais: não estamos sintonizados adequadamente com as demandas e desejos dos cidadãos e estamos sendo desafiados por novas expressões e lideranças”, afirmou o presidente do Chile, Sebastián Piñera, ao reconhecer a derrota.

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