Brasil • 1 de fevereiro de 2019

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Hoje (1), o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo disse que o Brasil propôs a criação de um grupo interministerial para discutir ações de apoio ao processo de transição política na Venezuela. O objetivo era discutir medidas para ajudar o governo interino de Juan Guaidó, incluindo assistência humanitária ao país vizinho, e sanções contra o governo de Nicolás Maduro.

O chanceler disse que não há um “prazo” para concretizar a ideia. “[O grupo] ainda não está estabelecido, esperamos que possa ser em breve”, disse Araújo.

“Teríamos que ver se é compatível, antes de mais nada, com a legislação brasileira e se seria útil para acelerar a transição Isso dependeria de uma discussão política e, de outro lado, de como fazer esse procedimento dentro da legislação brasileira e das normas internacionais, uma coordenação que vai além do Itamaraty”, disse Araújo. “O principal é a questão diplomática continuada em favor da transição democrática, independentemente dos instrumentos específicos”, acrescentou.

O chanceler disse que o Brasil, juntamente com a Colômbia, prestará ajuda humanitária à Venezuela. “Espero que essa logística, uma vez resolvida, não tivesse seu trânsito na Venezuela impedido por elementos ligados ao regime de Maduro”, disse.

Grupo de Lima

O tema será uma das pautas da reunião do chamado Grupo de Lima - Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Guiana e Santa Lúcia.

Na próxima segunda-feira (4), o grupo se reúne em Ottawa, Canadá. “Não temos especificamente nenhuma proposta. Nossa posição é de continuar dando o apoio máximo às iniciativas do processo de transição democrática na Venezuela”, disse.

Críticas

Na entrevista, o chanceler fez duras críticas a Maduro. “Havia uma política deliberada de fazer o povo passar fome, de negar tratamento médico e outros cuidados para sujeitar a população. O regime era parte de um esquema internacional que, em determinado momento, imaginou que poderia ganhar o poder sobre toda a América latina”, disse.

“Esperamos que a saída de Maduro seja a porta da rua de alguma maneira. O Brasil não está envolvido em negociar, formatar o que seria essa saída, entendemos que essa seria a função desse novo quadro democrático que está se formando na Venezuela. Se nos for pedido um tipo de apoio veremos o que é possível sair. O final da crise só virá com a deposição completa do regime atual”, afirmou o chancelar.

“Desviar atenção do foco central e dar espaço para o regime respirar e conseguir mais um mês... ganhar tempo para nós não seria aceitável”, afirmou.

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