19 de maio de 2025
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O Brasil enfrenta um aumento nos casos de síndrome respiratória aguda grave. Alguns Estados e municípios, como Florianópolis, decretaram estado de emergência em saúde pública. Carlos Carvalho, professor de Pneumologia da Faculdade de Medicina (FM) da USP e chefe da UTI Respiratória do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (HC), comenta: “Acabamos de viver uma pandemia, com um desses vírus respiratórios, o coronavírus. Agora, assim como na maior parte dessas últimas décadas, o vírus respiratório, que predomina nesta época do ano, em adultos, é o influenza. São vírus bastante comuns”.
Segundo o professor, as doenças apresentam sazonalidade devido à interação entre fatores individuais, como genética, imunidade, e ambientais, que mudam conforme a época do ano. No verão, predominam vírus como o da dengue, enquanto no frio aumentam os casos de viroses respiratórias, que se transmitem mais facilmente entre pessoas. “O ar frio e o ar mais seco, com a mudança dos nossos hábitos de acordo com a temperatura, facilita a concentração desses agentes infecciosos no ar que respiramos.”
Carvalho explica que, durante o outono e inverno, há maior circulação de vírus respiratórios no ar, como ocorreu com a covid-19 no Brasil a partir de março de 2020. Naquele período, enquanto o coronavírus se espalhava rapidamente, outros vírus como o influenza tiveram sua incidência reduzida devido às medidas de proteção, como uso de máscaras e vacinação. Atualmente, além da covid-19, circulam também os vírus influenza A (incluindo o subtipo H1N1), influenza B e, em menor escala entre adultos, o vírus sincicial respiratório – este último mais comum em crianças, especialmente nas que frequentam creches.
“As pessoas que estiverem com um quadro de um resfriado ou de uma gripe devem usar a máscara para não espalhar o vírus. Essas pessoas estão sempre, por causa da coriza, assoando o nariz e tendo contato com as secreções que vêm pelo nariz e pela boca, elas devem tomar mais cuidado do ponto de vista de higiene das mãos. Além de usar máscara, lavar bastante as mãos e, dentro do possível, usar o álcool em gel. Esses cuidados são muito importantes”, comenta o professor.
- Vacinação
A vacinação contra gripe já foi iniciada pelo Ministério da Saúde, inicialmente para grupos vulneráveis, com previsão de ampliação para toda a população, estando também disponível em clínicas particulares. A vacina da gripe requer atualização anual, enquanto a contra covid-19 é adaptada às cepas circulantes. Quanto ao vírus sincicial respiratório é recomendada a vacinação para crianças, mas Carvalho destaca que não há evidências suficientes para indicá-la a adultos, de acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde.
Carvalho pontua que: “Uma virose respiratória pode dar febre, tosse, secreção e catarro, mas isso é autolimitado, são três ou quatro dias. Se a febre persistir ou surgir depois de três, quatro, cinco dias, se surgir uma secreção mais esverdeada ou amarelada, que é uma secreção que a gente chama de purulenta, a partir do terceiro dia, é importante procurar um atendimento numa fase precoce para saber qual tipo de vírus é para receber uma orientação específica. Diante da persistência desse quadro viral por mais de três dias, principalmente com a manutenção da tosse, com surgimento de febre e com essa secreção ficando mais espessa e/ou mais escura, é importante procurar também, porque pode ser uma sinusite”.
Fontes
editar- ((pt)) Aumentam no País os casos de síndrome respiratória aguda grave — Jornal da USP, 16 de maio de 2025