11 de julho de 2024

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Autoridades russas negaram a responsabilidade de Moscovo no bombardeio ao hospital Infantil de Kiev que deixou a Ucrânia em luto. Altos funcionários do governo apontaram o exército ucraniano como o causador e insistiram que não atacam alvos civis.

Enquanto o bombardeio de um hospital infantil em Kiev era condenado em todo o mundo, autoridades russas negaram a responsabilidade de seu país pelo ataque e até tentaram culpar a Ucrânia e seus patrocinadores ocidentais.

O bombardeio de segunda-feira ao hospital Okhmatdyt ocorreu em meio a uma série de ataques em toda a Ucrânia que mataram 43 pessoas, incluindo crianças, e feriram quase 200.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, condenou veementemente o bombardeio e disse que a Rússia deve ser responsabilizada.

O Conselho de Segurança da ONU realizou na terça-feira uma reunião de emergência sobre os ataques, a pedido dos aliados de Kiev.

Em um comunicado divulgado na segunda-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, chamou os ataques de "um lembrete horrível da brutalidade da Rússia".

"É fundamental que o mundo continue apoiando a Ucrânia neste momento importante e que não ignoremos a agressão russa", disse.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou a responsabilidade russa pelo ataque e disse aos jornalistas em sua conferência diária de terça-feira que "se guiassem" pelas informações do Ministério da Defesa da Rússia, que, segundo ele, "exclui absolutamente que houve ataques contra alvos civis e que afirma que estamos falando de um sistema antimísseis em queda".

"Continuamos insistindo que não atacamos alvos civis", disse Peskov, segundo a Reuters. "Os ataques são realizados contra instalações críticas de infraestrutura, contra alvos militares que, de uma forma ou de outra, estão relacionados ao potencial militar do regime".

Equipes de resgate e voluntários limpam os escombros e procuram vítimas depois que um míssil russo atingiu o principal hospital infantil do país, Okhmadit, em Kiev, Ucrânia, em 8 de julho de 2024.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que o hospital infantil foi atingido por um míssil terra-ar lançado pela Ucrânia.

O serviço de segurança da Ucrânia, ou SBU, publicou fotografias tiradas no local do ataque com mísseis, mostrando o que parecia ser fragmentos de um míssil de cruzeiro KH-101 de fabricação russa. A SBU disse que seus investigadores estabeleceram que a Rússia era responsável pelo ataque, que chamou de "crime de guerra".

A versão dos factos da SBU foi reforçada por Danielle Bell, chefe de missão da missão de Vigilância dos Direitos Humanos da ONU na Ucrânia.

"A análise das imagens de vídeo e uma avaliação realizada no local do incidente indicam uma alta probabilidade de que o hospital infantil tenha sofrido um impacto direto, em vez de sofrer danos devido a um sistema de armas interceptado", disse ele.

Ainda assim, o embaixador da Rússia nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, ecoou as alegações de Peskov e Zakharova de que a Ucrânia era responsável pelo ataque ao hospital e também visava os aliados da Ucrânia no Ocidente.

Antonov afirmou que "um míssil de defesa aérea ucraniano" atingiu o hospital, chamando os relatórios americanos que culpam o míssil de cruzeiro russo de "histeria" e "propaganda anti-russa raivosa".

"Esta não é a primeira vez "que Kiev culpa" a Federação Russa por seus próprios crimes bárbaros", escreveu Antonov no Telegram. Ele acrescentou que o ataque, que ocorreu às vésperas da cúpula da OTAN em Washington, foi visto pelo Ocidente "como um 'excelente presente' para justificar uma maior escalada do conflito e a continuação da guerra até o último ucraniano".

Antonov disse que os Estados Unidos deveriam parar de fornecer armas à Ucrânia.

[Com a colaboração do jornalista da VOA, Victor Vladimirov e informações da Reuters]

Fontes

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