Huila • 23 de julho de 2016

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A carência de fertilizantes no mercado huilano força os agricultores do Perímetro Irrigado da Matala, com mais de dez mil hectares, a optar pelo regresso ao passado, utilizando métodos tradicionais baseados nos excrementos do gado.

O "Estrume há muito que não era utilizado, mas as dificuldades na obtenção de divisas para importar o adubo e outros fertilizantes, obriga os agricultores a mudarem de métodos.

Um saco de adubos, do tipo 12-24-12 que custava quatro mil e quinhentos kwanzas (4.500kz), em 2015, está atualmente no informal a 35000kz. Os custos de produção ficam aquém das suas capacidades. Augusto Tchiwale, membro da cooperativa 1º de Maio, alerta para as dificuldades dos agricultores do perímetro irrigado da Matala, durante 2015. Com a falta de fertilizantes, os agricultores advinham uma diminuição na produção de hortícolas.

Na quinta do dirigente associativo, foram cultivados mais de 15 hectares de couve, mas a falta de costume e de conhecimento sobre utilização do estrume do gado pode diminuir a produção no pré-processo ano agrícola.

Já o agricultor Paulino Manuel compra hoje um saco de estrume a 30.000kz, admitindo que, a este preço, "é impossível cobrir todas as culturas", no seu espaço de cinco hectares de batata rena e um hectare de couve.

Outro agricultor, Manuel Pedro, partilha o problema e mostra-se preocupado. Os seus dois hectares de alho já cultivados não se desenvolvem por falta de fertilizantes, situação que associa à falta de mercado para escoar sua produção.

A situação não afeta apenas os agricultores da Matala. As queixas vêm de todos os cantos da província, já que o Estado puxara para si a responsabilidade de adquirir e distribuir os fertilizantes e assim o fez nos últimos 20 anos.

O perímetro irrigado da Matala conta com 10.700 hectares, sustentado por um canal de 42 quilómetros de extensão, alimentado pelo rio Cunene.

Fontes